O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira, 17, por unanimidade, manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano.
Essa é a segunda reunião consecutiva do órgão que decide pela manutenção da Selic nesse patamar, após um ciclo de sete altas consecutivas.
De acordo com o comunicado do Copom, "o ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica".
A nota conclui dizendo que "o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado".
O conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil (Apimec Brasil), Ricardo Coimbra, avalia que ‘à medida que a gente vem observando o resultado do Focus, numa trajetória decrescente da inflação, é muito provável que na reunião de dezembro, entre 9 e 10 de dezembro, a política monetária reduza a taxa de juros ainda este ano, em 0,25 para dar um indicativo de que, no ano que vem, teremos mais cortes’.
Ele acrescenta que “à medida que você tem essa curva de inflação descendente, isso potencializa uma melhoria do cenário para a decisão da taxa de juros. Então, à medida que a gente vai indo para isso, o mercado já está estipulando 4,83% de inflação”.
Já o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidiu cortar as taxas de juros em 25 pontos-base, nesta quarta-feira, 17.
No comunicado sobre a decisão, o BC norte-americano retirou a constatação de que as condições do mercado de trabalho continuam sólidas, afirmando no lugar que os ganhos de emprego desaceleraram e que a taxa de desemprego subiu, embora continue em nível baixo.
Em relação à economia, os dirigentes ressaltaram que o crescimento da atividade econômica continuou a moderar no primeiro semestre deste ano. Contudo, o Fed também adicionou ao texto a observação d O Povo e que a inflação subiu no país e reiterou que continua em nível "um pouco elevado".
O BC norte-americano ressaltou que as incertezas sobre as perspectivas econômicas permanecem elevadas e reforçou seu compromisso em atingir o duplo mandato de emprego e inflação no longo prazo.
Segundo Ricardo Coimbra, “provavelmente, nas duas próximas reuniões haverá mais uma ou duas reduções de 0,25 pontos percentuais. No mínimo, uma redução de 0,25 p.p., porque a geração de emprego lá está muito abaixo, o que mostra a possibilidade de um processo recessivo”.
“A inflação lá está começando a mostrar algumas pressões, mas a grande preocupação hoje é gerar possibilidade de um processo de recuperação para evitar esse cenário negativo O FED já iniciou essa redução da taxa hoje, e, provavelmente, continuará até o fim do ano de 2025, com mais duas quedas, fechando o ano em torno de 3,75%”, projetou o economista.
Com Agência Estado