O setor de sorvetes e alimentos gelados no Ceará atravessa uma fase de expansão, inovação e fortalecimento institucional.
Durante a 6ª edição da Exposorvetes, realizada em Fortaleza, o presidente do Sindsorvetes-CE e diretor-executivo da Frosty, Edgard Segantini Júnior, estimou que o evento deverá gerar cerca de R$ 4 milhões em negócios, envolvendo 24 expositores. O dado ilustra não apenas o potencial do encontro, mas também a relevância do Estado como polo estratégico para o segmento.
Conforme a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abrasorvete), o Ceará já figura como o 5º maior mercado consumidor do país. Essa posição vem sendo consolidada por uma combinação de fatores: consumo incorporado ao cotidiano do cearense, qualidade dos produtos, surgimento de novos sabores e embalagens, além do fortalecimento das empresas locais.
O fortalecimento do setor também se reflete no crescimento institucional. Miriam Pereira, ex-presidente do Sindsorvetes, lembra que, quando assumiu a entidade, o sindicato contava com oito associados.
Hoje, o número chega a 62 empresas filiadas. Nesse período, foram criados programas como o curso de sorveteiro, reconhecido pelo MEC e pelo SENAI, e a própria Exposorvetes, que nasceu em 2018 e já faz parte do calendário anual do setor.
"O sindicato foi estruturado para dar suporte aos fabricantes, especialmente os pequenos e médios, que representam 90% do setor no país. A feira nasceu justamente para aproximar fornecedores e produtores locais que não têm acesso a eventos como a Fispal, em São Paulo", destacou Miriam.
Um dos movimentos recentes é a tentativa de tornar o sorvete ainda mais acessível ao consumidor. Segundo Edgard Júnior, a Frosty tem apostado em estratégias como descontos progressivos em compras em volume. "A missão é democratizar o sorvete. Quando o cliente leva mais unidades, ele consegue preços até 30% menores, o que ajuda a manter o consumo mesmo em períodos de renda mais apertada", afirmou.
O setor tem olhado para novos nichos de consumo, como produtos voltados a intolerantes, alérgicos e ao público fitness. Linhas de picolés com maior teor de fruta, sem adição de açúcar ou com formulações mais saudáveis, têm sido incorporadas por diferentes empresas.
Caio Culau, diretor da Milk e Via láctea, diz que a inovação também passa pela forma de produção. "Hoje fornecemos insumos para fábricas do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, incluindo a casquinha de chocolate que reveste picolés, já produzida no Ceará. É um diferencial para as indústrias locais, que antes precisavam importar esse insumo", afirmou.