O Ceará ficou em primeiro do Brasil em produção de cera e fibra de carnaúba, contabilizando tanto a produção quanto a quantidade.
Os dados são da extração vegetal e da silvicultura (Pevs) 2024, divulgados nesta quinta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Juntando os dois segmentos, o que se chama de produção primária florestal, com R$ 295,9 milhões, o Estado ocupa a 16ª posição no ranking de valor gerado. Foi um aumento de 1,57% ante igual período.
Contabilizando todas as 184 cidades cearenses, em 182 foram os pontos de produção primária florestal (silvicultura e extrativismo vegetal).
Somente em extrativismo vegetal, o segmento dominou a produção no Ceará, representando 99,8% do montante total, enquanto a silvicultura contribuiu com apenas 0,2%.
Na verdade, este último retraiu 14,1% em valor no ano passado, passando de R$ 730 mil em 2023 para R$ 627 mil em 2024.
A silvicultura é formada localmente sobretudo por madeira em tora e carvão vegetal. Enquanto a primeira gerou R$ 591 mil, o carvão vegetal chegou a R$ 36 mil.
O Ceará ocupou a 24ª posição no valor de produção entre as 25 Unidades da Federação que registraram produção da silvicultura em 2024.
Em relação à área total existente dos efetivos da silvicultura na data de referência da pesquisa (31 de dezembro de 2024) era de 3.719 hectares, sendo 2.048 referentes ao eucalipto (55,1% do total) e 1.671 a outras espécies florestais (44,9% do total).
De todas as 25 Unidades da Federação que possuem efetivos de silvicultura, o Estado fica na 22ª posição em área total.
Neste quesito, o crescimento foi de 9,2% em relação a 2023, ano em que foram contabilizados 3.405 hectares no Estado. Entre 2023 e 2024, a área de eucalipto saltou 10,3% e a de outras espécies florestais subiu 7,9%.
Dos 184 municípios cearenses, apenas nove registraram produção de silvicultura em 2024. Os maiores giros econômicos foram observados foram em Jardim (R$ 143 mil), Ipu (R$ 140 mil) e Hidrolândia (R$ 87 mil).
Sobre a quantidade de madeira em tora, a quantidade alcançou 2.686 metros cúbicos, sendo R$ 591 mil ou 94,26% do valor da produção da silvicultura no Ceará.
O carvão vegetal chegou a 13 toneladas, o equivalente a R$ 36 mil ou 5,74% do valor da produção da silvicultura no Estado. Mas ambos os produtos retraíram ante 2023.
Avaliando a quantidade produzida em 2024, o Estado figurou na 16ª posição entre as 19 Unidades da Federação que produziam carvão vegetal, e na última posição entre as 24 Unidades da Federação que produziam madeira em tora.
O carvão vegetal foi quase exclusivamente de eucalipto e a madeira em tora foi para fins que não incluem a produção de papel e celulose.
Jardim concentrou praticamente toda a produção de carvão vegetal, com um valor de produção de R$ 35 mil.
Madeira em tora foi maior em Ipu, com 650 metros cúbicos e valor de R$ 140 mil; Jardim, com 570 metros cúbicos e valor de R$ 108 mil; e Hidrolândia, com 396 metros cúbicos e valor de R$ 87 mil.
Já a extração vegetal cresceu 1,6% no valor de produção em 2024, alcançando R$ 295,3 milhões, na 6ª posição no ranking nacional.
Os três principais produtos do segmento são lenha, com R$ 90,8 milhões (alta de 9,1% em relação a 2023), carnaúba em pó, com R$ 86,7 milhões (alta de 8,3%) e madeira em tora, com R$ 84,3 milhões (redução de -10,4%).
Dentre outras colocações, o Ceará fica em 2º lugar em quantidade e valor dos produtos lenha e carnaúba em pó
E dos municípios, os destaque de produção do extrativismo vegetal ficaram com Granja (R$ 20,5 milhões) e Camocim (R$ 13,6 milhões).
Eles figuram entre os principais produtores de carnaúba em pó, de cera de carnaúba e de fibra de carnaúba no Brasil.
Na composição, o valor é maior em lenha (R$ 90,8 milhões ou 30,8%), carnaúba em pó (R$ 86,7 milhões ou 29,7% do total), e madeira em tora (R$ 84,3 milhões ou 28,6%), com menor participação dos demais produtos.
Em quantidades, esses principais produtos alcançaram 3,17 milhões de metros cúbicos de lenha, 6.272 toneladas de carnaúba em pó, e 383,3 mil metros cúbicos de madeira em tora. Todos caíram ante 2023, respectivamente em: -0,64%, -3,8% e -1,7%.
A pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2024, contempla informações referentes à quantidade e ao valor da produção, decorrentes dos processos de exploração de florestas plantadas para fins comerciais (silvicultura), bem como da exploração dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal).
Também são apresentadas informações sobre as áreas ocupadas pelos efetivos da silvicultura.
A Pevs constitui, dessa forma, a principal fonte de estatísticas sobre o acompanhamento sistemático da exploração dos recursos florestais em todo o Território Nacional.