A concentração de repasses dos valores das cotas-partes de impostos estaduais na Grande Fortaleza também tem forte relação com a força da indústria na região e os mecanismos de facilitação às exportações que existem nesses municípios.
O economista Ricardo Coimbra, conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Brasil) pontua que até houve uma maior desconcentração nos últimos anos, mas que o processo inverso segue muito fortalecido por conta dessas duas características da economia desses municípios.
"Esse processo acaba se fortalecendo pelo fato de você ter, muito próximo à região metropolitana, dois mecanismos que estão crescendo ainda mais: a Zona de Processamento de Exportação, dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, e aquela região do entorno de Maranguape, Itaitinga, Horizonte, Eusébio, com todo aquele complexo produtivo para o setor industrial e de distribuição de produtos, com centros de distribuição e tudo", cita.
"Isso acaba reforçando a concentração da movimentação econômica do Estado e, de certa forma, reverbera nessa maior arrecadação dos municípios que estão nesse entorno. A gente vê também um pouco de movimentação na região norte, muito próxima a Sobral, e na região sul, próxima a toda a região metropolitana do Cariri. Em algumas outras áreas do estado, onde você tem alguns setores industriais, uma parte voltada para calçados e tudo mais, isso também acontece", complementa.