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Metanol: empresários do Ceará sentiram queda de até 15% no consumo de destilados
Economia

Metanol: empresários do Ceará sentiram queda de até 15% no consumo de destilados

Desde o anúncio de uma série de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, consumidores têm questionado, e evitado, o consumo de bebidas destiladas
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APESAR da queda no consumo de destilados, fluxo nos bares ficou estável, segundo a Abrasel (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA APESAR da queda no consumo de destilados, fluxo nos bares ficou estável, segundo a Abrasel

Em meio ao crescimento das notificações de casos suspeitos de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica, bares e restaurantes do Ceará tiveram queda entre 10% e 15% no consumo de destilados durante o fim de semana (4 e 5 de outubro).

A informação foi confirmada pelo presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto. Apesar da variação negativa, o faturamento dos estabelecimentos não foi impactado, se mantendo estável.

Segundo o empresário, o que aconteceu no Ceará é que alguns clientes questionavam sobre os casos de intoxicação e da procedência dos produtos. Os mais temerosos preferiram escolher outros tipos de bebidas, como a cerveja, que teve aumento de demanda.

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Taiene ainda diz que os donos de bares e restaurantes temiam que o medo pela repercussão dos casos afastassem os clientes dos estabelecimentos nesse fim de semana, mas não se viu queda na movimentação.

Para ter exatidão do impacto financeiro aos negócios, os empresários já contatam empresas de cartão de crédito para realizarem levantamento sobre faturamento.

"Não sentimos queda no movimento, ele foi praticamente normal nos bares. Ninguém deixou de ir ao bar ou restaurante, o que era um receio nosso. As pessoas ainda não sabem muito bem e de repente não saem de casa, mas não."

Quem também está preocupado com os casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas são os donos de barracas de praia. A presidente da associação dos empresários da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, diz que o movimento ainda não foi impactado, mas que já se mobilizam para fortalecer uma estratégia informativa.

"Nossas barracas criaram uma comunicação com os seus clientes, tranquilizando-os sobre a procedência das bebidas e todos os cuidados necessários com armazenamento e processos. A comunicação está disponível nas redes sociais, cardápios e informativos em seus postais físicos", pontua.

Mobilização estadual contra bebidas falsificadas

Para coibir a entrada de bebidas falsificadas no Ceará, o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), anunciou a ampliação da fiscalização conduzida pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) com as forças de segurança.

"Carregamentos, inclusive, já foram apreendidos na semana passada e encaminhados para testes na Perícia Forense (Pefoce). Reforço a importância de se evitar o consumo de bebidas de procedência duvidosa, sobretudo destilados", disse em publicação nas redes sociais.

A secretária executiva da Receita Estadual, Liana Machado, explicou que o segmento de bebidas quentes sempre recebe atenção especial da fiscalização, principalmente no que diz respeito à mercadoria em trânsito.

Segundo ela, as operações contam com a parceria da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Rodoviária Estadual e da Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária.

“Historicamente, esse segmento exige cuidado com a regularidade fiscal, a emissão de notas fiscais e o subfaturamento. Hoje, a Receita conta com tecnologias que permitem identificar empresas ‘noteiras’, usadas deliberadamente para fraudar o fisco. Com isso, conseguimos identificar com agilidade empresas envolvidas na sonegação de ICMS sobre bebidas quentes”, afirmou.

Ela ressaltou que a atuação da Receita se concentra na questão tributária, ou seja, na cobrança do ICMS devido. Sobre o caso das 60 mil garrafas apreendidas, Liana explicou que a mercadoria estava sem documento fiscal, o que motivou a apreensão.

“Também surgiram situações graves relacionadas à saúde pública. Nessas ocasiões, a Receita, junto à Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária e à Procuradoria Fiscal, encaminhou o material para perícia, garantindo que o caso fosse tratado de forma cuidadosa e adequada”, completou.

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