Em setembro, a inflação oficial da Grande Fortaleza ficou em 0,38%, ficando abaixo da média nacional (0,48%). É o segundo menor índice do Nordeste, atrás apenas de Salvador (0,17%), e quinto mais baixo do País, empatando com Curitiba.
Além disso, o resultado ficou 0,45 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de -0,07% de agosto.
Dos nove grupos avaliados para medir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cinco tiveram deflação e outros quatro alta na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira, 9 de outubro, o conjunto alimentação e bebidas, com maior peso no dia a dia dos fortalezenses, teve recuo de 0,30%.
Neste grupo, 12 itens dos 17 apresentados tiveram redução na passagem de agosto para setembro. Destaques para tubérculos e raízes (-8,22%) e sal e condimentos (-2,74%).
Transportes também caiu (-0,36%) sob influência dos combustíveis (-1%). Educação foi outra queda (-0,04%) registrada, seguido de comunicação (-0,33%).
Porém, o grupo habitação (2,98%) teve elevação devido ao aumento dos custos com energia elétrica, de 9,40% em setembro.
Este foi o principal impacto individual no índice do mês. A continuidade da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de setembro, adicionando R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.
No Brasil, das 10 Regiões Metropolitanas pesquisadas, todas tiveram variações positivas, ou seja, inflação. A RMF, ficou em 6º lugar dos percentuais mais altos.
Os dados dos outros grupos na passagem dos meses foram:
No acumulado deste ano (janeiro a setembro), a inflação de Fortaleza acumula alta de 3,48% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,10%, acima dos 5,01% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2024, a variação havia sido de 0,30%.
Ao destrinchar todos os subintes, as maiores altas da RMF:
Já as principais baixas sentidas pelos fortalezenses foram observadas em:
No País, três dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em setembro.
Houve recuos em alimentação e bebidas, queda de 0,26% e impacto de -0,06 ponto percentual; artigos de residência, -0,40% e impacto de -0,01 ponto percentual; e comunicação, -0,17% e impacto de -0,01 ponto percentual.
Na direção oposta, os preços subiram em vestuário (0,63%, uma contribuição de 0,03 ponto porcentual), despesas pessoais (0,51%, impacto de 0,05 ponto porcentual), saúde e cuidados pessoais (0,17%, impacto de 0,02 ponto porcentual), educação (0,07%, impacto de 0,01 ponto porcentual), habitação (2,97%, impacto de 0,45 ponto porcentual) e transportes (0,01%, com zero de impacto).
Em setembro, todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram altas de preços. O resultado mais brando foi verificado em Salvador, alta de 0,17%, enquanto o mais elevado ocorreu em São Luís, com aumento de 1,02%.
Com base nos dados apresentados, João Kepler, CEO da Equity Group, avalia que o avanço moderado do IPCA em setembro, de 0,48%, mostra que apesar da inflação sob controle, ainda existem alterações vindos da energia e dos combustíveis.
"Isso reflete um momento de transição: empresas voltam a investir e contratar, mas ainda operam com margens comprimidas. Setores como serviços, turismo e consumo tendem a ser os mais afetados, pois sentem rápido impacto de custos e repasses."
Para ele, o investidor deve enxergar esse cenário como oportunidade de reposicionar capital em negócios com modelo escalável e gestão de caixa eficiente.
"A inflação sob controle favorece startups que oferecem soluções de eficiência e tecnologia. Globalmente, é hora de atenção: juros altos e choques de energia no exterior ainda podem gerar volatilidade, exigindo visão de longo prazo e disciplina de execução”, complementou.
Gustavo Assis, CEO da Asset Bank, acrescenta que o ponto positivo da inflação controlada é a confiança que volta gradualmente ao mercado de crédito.
"Empresas voltaram a buscar capital estruturado, e investidores enxergam nos FIDCs uma oportunidade de retorno real acima da média, com lastro e previsibilidade. Esse equilíbrio, porém, ainda é sensível", frisou.
Porém, conforme o gestor, o País ainda precisa preservar coerência entre política fiscal e estímulo à produtividade. "É essa estabilidade que garante segurança para o investidor e fôlego para o empreendedor seguir crescendo.” (Com Agência Estado)
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, independentemente da fonte.
Ele abrange as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além dos municípios de Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Rio Branco (AC), São Luís (MA), Aracaju (SE) e de Brasília.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou inflação de 0,36% em setembro, na RMF.
No ano, o acumulado foi de 3,51% e, nos últimos 12 meses, de 5,02%, mesmo percentual observado nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2024, a taxa foi a mesma do mês atual, 0,36%.
O grupo habitação apresentou alta de 2,77%, seguido de vestuário (1,19%), saúde e cuidados pessoais (0,09%) e despesas pessoais (0,07%).
Deflação foi observada em artigos de residência (-0,70%), transportes (-0,37%), comunicação (-0,32%), alimentos e bebidas (-0,23%) e educação (-0,02%).
No INPC de setembro, quem colaborou com o aumento da inflação, na Grande Fortaleza, foi a melancia, com alta de 10,09%, seguido da energia elétrica residencial (9,20%) e do maracujá (8,10%).
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979 e se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de agosto de 2025 a 29 de setembro de 2025 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de julho de 2025 a 29 de agosto de 2025 (base).