A proteção da Subestação Baterias não funcionou como deveria, causando o desligamento em várias linhas de transmissão e provocando a desconexão da região Sul observada no início da semana passada, madrugada da terça-feira, 14.
É o que apontam análises preliminares debatidas em reunião entre o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O sistema deveria ter isolado a falha provocada pelo incêndio na linha de transmissão de 500 kV Ibiúna-Baterias C2, mas acabou levando ao desligamento incorreto de outros circuitos, o que provocou a desconexão da região Sul do País ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que exportava aproximadamente 5 mil megawatts (MW).
Isso fez com que o subsistema ficasse com excesso de energia, enquanto houve falta em outras regiões.
De acordo com o ONS, o equilíbrio foi restabelecido com o corte automático de carga em outras regiões e o desligamento de geradoras no Sul. A normalização começou à 0h35 e terminou às 2h15.
O ONS fará nova reunião em 28 de outubro para apresentar o relatório final da ocorrência.
O apagão do último dia 14 de outubro deixou sem energia elétrica por alguns minutos moradores de todos os estados das cinco regiões do País.
No Ceará, 971 mil clientes foram afetados, segundo a Enel Ceará.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a interrupção no fornecimento de energia teria sido causada por um incêndio na subestação Bateias, localizada no Paraná.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que a energia foi restabelecida nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste uma hora e meia após a queda. Na Região Sul, o fornecimento foi retomado duas horas e meia depois da ocorrência.
No Ceará, o episódio impactou na operação de 38 subestações do interior do Estado, mas o serviço foi totalmente normalizado em 33 minutos, conforme a Enel, distribuidora de energia no Estado.
No dia da ocorrência, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o apagão se tratava de um problema técnico isolado.
"É importante que a população entenda o que acontece neste momento. Não é falta de energia. É um problema na infraestrutura que transmite a energia. Quando se fala em apagão, a gente sempre lembra aqueles tristes episódios de 2001 e de 2021 que, na verdade, aconteceram por falta de energia e falta de planejamento. Hoje (ontem), não. Nós temos muita energia", afirmou na ocasião.
Para a semana operativa iniciada neste sábado, 18, até o próximo dia 24 de outubro, o ONS prevê redução de carga tanto no Sistema Interligado Nacional (SIN) quanto nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste
A retração no Sistema Interligado Nacional é estimada em 0,7%, ou cerca de 81.193 MWmed. O maior recuo será verificado no subsistema Sul, de 2,8%, ou 13.118 MWmed, seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, que tem previsão de um recuo de 1,7%, ou 45.503 MWmed.
Já no Norte e no Nordeste, a expectativa é de avanços de, respectivamente, 6,6% (ou 8.817 MWmed) e 0,4% (ou 13.754 MWmed), respectivamente. Os percentuais, segundo o ONS, comparam as projeções de 2025 em relação ao verificado no mesmo período de 2024.
“O comportamento da carga é influenciado por diversos fatores, entre eles as condições climáticas. Para a próxima semana operativa, há tendência de declínio nas temperaturas máximas em cidades das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, o que contribui para a redução natural da carga no Sistema Interligado Nacional”, afirma o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
(Com Izabele Vasconcelos e Alice Barbosa)
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Perda
Segundo o ONS, na Região Sul, houve perda de aproximadamente 1.600 MW de carga. No Nordeste, a interrupção foi
da ordem de 1.900 MW; no Norte,
de 1.600 MW;
e no Sudeste,
de 4.800 MW