Produtores de café da Serra da Ibiapaba, no Ceará, trabalham para viabilizar a região como polo de turismo agro. Essa "nova rota do café" foca na produção de cafés especiais e em turismo de experiências.
Atualmente, o esforço está concentrado na catalogação de produtores e na agregação de valor do café colhido. Existem cerca de 160 produtores de café na região e entre 30 e 40 deles têm condições de participar desse movimento.
Estruturas de hotéis-fazenda também são desenvolvidas. O projeto é trabalhado em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Um dos produtores que integra esse movimento é Joaquim Aristides, do Hotel Fazenda Engenho Velho. Com capacidade para receber até 50 pessoas em estrutura de apartamentos e chalés, o espaço conta com atrativos como ordenha de vacas e as plantações de café aliadas com outras, como maracujá e tangerina, para estimulação sensorial.
Essa plantação em conjunto é um diferencial que promete contribuir com a produção de cafés especiais na região.
Joaquim explica que possui um passeio guiado na propriedade, o "caminhos do café", com estações de degustação.
"É uma visita guiada, explicativa, que a cada estação que vai se passando contamos a história daquele café. Por exemplo, a primeira estação, "Café Centenário", é um plantio debaixo das árvores e localizado vizinho às trilhas indígenas dos Tabajaras. Na segunda estação, temos um café novo plantado consorciado com limão, laranja, açaí e abacate, exatamente para sentir o sabor, as notas de cada café", afirma.
O passeio tem se tornado uma referência na região, destaca. "O que já dá para perceber de imediato é a aceitabilidade por parte do público, mais refinado, que aprecia esse tipo de produto".
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consolidados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE) nos Indicadores Agrícolas do Ceará (Secex Agro), o Estado teve 1,33 mil hectares de café plantados, com produção de 511 toneladas e valor bruto de produção de R$ 8,65 milhões.
Municípios como Mulungu, Tianguá e São Benedito, todos da Região da Ibiapaba, concentram as maiores produções. O primeiro dos municípios teve 614 hectares de área colhida e 220 toneladas de produção, aumento de 15,79% em relação ao ano anterior.
O município de Ubajara, onde está localizada a propriedade de Joaquim, tem 16 hectares de área colhida e teve produção de 12 toneladas de café, em 2024.