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Reijers projeta alta de 30% nas vendas de flores para o Dia de Finados
Economia

Reijers projeta alta de 30% nas vendas de flores para o Dia de Finados

| Agronegócio|Data marcada por homenagens a entes falecidos é considerada uma das principais épocas do ano para o setor de flores
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EMPRESA tem 80 hectares de área produtiva em São Benedito (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR EMPRESA tem 80 hectares de área produtiva em São Benedito

As vendas de flores no feriado de Finados deste ano devem ter incremento superior a 30% em relação ao ano passado, tendo em vista a demanda dos pontos de venda. A afirmação é do gerente comercial da Reijers, Anderson Matos.

A empresa, uma das principais do ramo no País e localizada em São Benedito (a 318,34 km de Fortaleza), espera despachar 35 carretas de flores para atender sua base de clientes, que vai desde atacadistas (que atendem a floristas, decoradores e floriculturas) até supermercados.

A Reijers despacha semanalmente algo em torno de 20 a 26 carretas, uma demanda que sobe em datas celebrativas.

Dia das Mães, Dia dos Namorados e até o Dia dos Pais ganham espaço. Destaque também para a boa demanda no Dia da Secretária, celebrado em 30 de setembro.

A comercialização da empresa tem foco majoritariamente regional, concentrada em estados do Norte e do Nordeste, com seus produtos chegando de forma representativa em cidades como Fortaleza, Natal, Mossoró e Belém.

Marca de envergadura nacional, a Reijers mantém duas fazendas em São Benedito com 260 hectares de área total e 80 hectares de área produtiva e quase 500 trabalhadores. No portfólio, mais de 50 variedades de flores de corte (como as rosas, o carro-chefe, respondendo por 50% do faturamento total) e mais de 200 variedades de plantas em vaso.

Segundo Anderson, a expansão do público consumidor de flores e plantas de vaso tem sido proporcionada, dentre outros fatores, pelo aumento da participação dos supermercados como pontos de venda, o que capilarizou o alcance e beneficiou o acesso de um público maior aos produtos.

A pandemia também foi um fator que gerou aumento da demanda por flores e plantas. Desde então, o patamar de vendas cresceu e os supermercados representam entre 35% e 40% do faturamento da Reijers, bem acima dos 5% obtidos em 2019. "A gente vai realmente entendendo a sistemática de como o supermercado funciona, são nuances que vamos amadurecendo. Não é apenas vender ao supermercado, mas, através dele, com um atendimento e uma logística diferenciada, vendendo serviços e fortalecendo a marca dentro do ponto de venda", completa.

A empresa trabalha para ampliar sua produção de flores na Serra da Ibiapaba. Recentemente, a empresa lançou ao público a rosa "Jets", com coloração em um tom de rosa-claro e vivo.

Para o próximo ano, há planejamento de aumentar as áreas de Lipidium e Tango, afirma o diretor Comercial da Reijers, Anderson Matos, sem revelar valores de investimento.

"Constantemente estamos fazendo testes em variedades novas, analisando produtividade e resistência às patologias. Então, há perspectivas de lançamentos próximos. Também estamos com programação de aumentar algumas áreas com o Lipidium - que é uma variedade importante - e Tango, teremos novidades para o ano que vem", completa.

Ele enfatiza que esses investimentos realizados pela empresa também potencializa os negócios de pequenos produtores locais de flores, mudas e sementes. E cita que há casos frequentes de clientes que vêm à Ibiapaba procurando produtos da Reijers e acabam complementando suas cargas com produtos de outras empresas locais.

Há ainda a demanda crescente de visitantes que vão a São Benedito comprar diretamente em loja aberta ao público na fazenda da empresa.

Anderson Matos foi um dos painelistas do evento Coalizão Agro Ibiapaba, realizado entre os dias 23 e 24 de outubro no município de Guaraciaba do Norte (a 325,40 km de Fortaleza).

*O jornalista viajou a convite da Sallto Empresarial

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O evento reuniu lideranças do agro e discutiu soluções em segurança hídrica, tecnologia, energia e desenvolvimento de cadeias produtivas do setor

Produtores articulam rota do café na serra da Ibiapaba

Produtores de café da Serra da Ibiapaba, no Ceará, trabalham para viabilizar a região como polo de turismo agro. Essa "nova rota do café" foca na produção de cafés especiais e em turismo de experiências.

Atualmente, o esforço está concentrado na catalogação de produtores e na agregação de valor do café colhido. Existem cerca de 160 produtores de café na região e entre 30 e 40 deles têm condições de participar desse movimento.

Estruturas de hotéis-fazenda também são desenvolvidas. O projeto é trabalhado em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Um dos produtores que integra esse movimento é Joaquim Aristides, do Hotel Fazenda Engenho Velho. Com capacidade para receber até 50 pessoas em estrutura de apartamentos e chalés, o espaço conta com atrativos como ordenha de vacas e as plantações de café aliadas com outras, como maracujá e tangerina, para estimulação sensorial.

Essa plantação em conjunto é um diferencial que promete contribuir com a produção de cafés especiais na região.

Joaquim explica que possui um passeio guiado na propriedade, o "caminhos do café", com estações de degustação.

"É uma visita guiada, explicativa, que a cada estação que vai se passando contamos a história daquele café. Por exemplo, a primeira estação, "Café Centenário", é um plantio debaixo das árvores e localizado vizinho às trilhas indígenas dos Tabajaras. Na segunda estação, temos um café novo plantado consorciado com limão, laranja, açaí e abacate, exatamente para sentir o sabor, as notas de cada café", afirma.

O passeio tem se tornado uma referência na região, destaca. "O que já dá para perceber de imediato é a aceitabilidade por parte do público, mais refinado, que aprecia esse tipo de produto".

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consolidados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE) nos Indicadores Agrícolas do Ceará (Secex Agro), o Estado teve 1,33 mil hectares de café plantados, com produção de 511 toneladas e valor bruto de produção de R$ 8,65 milhões.

Municípios como Mulungu, Tianguá e São Benedito, todos da Região da Ibiapaba, concentram as maiores produções. O primeiro dos municípios teve 614 hectares de área colhida e 220 toneladas de produção, aumento de 15,79% em relação ao ano anterior.

O município de Ubajara, onde está localizada a propriedade de Joaquim, tem 16 hectares de área colhida e teve produção de 12 toneladas de café, em 2024.

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