A Grande Fortaleza tem 138 quilômetros (km) em projetos de mobilidade catalogados até 2054.
São previstas três frentes para expansão de metrô (49 km), uma de VLT (9 km) e sete de BRT (80 km). O investimento estimado é de R$ 21,6 bilhões.
O levantamento para definir os planos de ampliação das redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) foi realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério das Cidades.
Os números fazem parte do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), divulgado nesta quarta-feira, 29 de outubro.
Conforme os dados, a implementação dos projetos resultará na redução estimada de cerca de 300 mortes em acidentes de trânsito até 2054, em Fortaleza.
Evitará ainda a emissão de 163,8 mil de toneladas de CO2 por ano, bem como reduzirá o custo operacional por viagem em 4%.
O recuo viria em decorrência da maior utilização dos sistemas de média e alta capacidade, que tipicamente são mais eficientes, conforme o BNDES e o Ministério das Cidades.
É estimada também a retração no tempo médio de deslocamentos na Cidade, com um impacto previsto em R$ 12,3 bilhões.
Para detalhar, os projetos previstos pelo ENMU são:
No País, o documento subsidiará a elaboração de políticas públicas envolvendo União, estados e municípios com foco em melhorar o transporte coletivo em 21 regiões metropolitanas.
São R$ 430 bilhões em investimentos estimados, sendo R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, até R$ 105 bilhões em veículos leves sobre trilhos (VLT), até R$ 80 bilhões em BRTs e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus.
Para realizar o estudo, foram consideradas as RMs de: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.
Segundo o BNDES, a aceleração desses investimentos dependerá do modelo de financiamento adotado, sendo os investidores privados via concessões e parcerias uma ferramenta relevante.
De benefícios, o estudo evidencia que a implementação de todos os projetos resultaria em redução de 8 mil mortes em acidentes de trânsito, até 2054, nas 21 regiões.
Ainda evitaria emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO2 por ano, equivalentes a uma absorção de carbono de uma área estimada de floresta amazônica de 6.200 km², ou 5 vezes a área do município do Rio de Janeiro.
Outros benefícios incluem custo menor da mobilidade urbana em cerca de 10%, considerando sistemas mais eficientes, e o aumento do acesso da sociedade a empregos, escolas, hospitais e áreas de lazer em menor tempo.
Conforme o estudo, haverá a redução no tempo médio de deslocamentos nas cidades, com um impacto econômico estimado de mais de R$ 200 bilhões.
“Com o estudo, o BNDES contribui com a produção de uma política pública para a formulação de uma estratégia nacional de mobilidade urbana, de longo prazo e sustentável, unindo esforços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras, com um transporte mais eficaz, menos poluidor e mais seguro”, detalhou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Para o ministro das Cidades, Jader Filho, os projetos selecionados mostram que o Brasil está buscando se adaptar às mudanças do clima, com ações que unem sustentabilidade, mobilidade e inclusão social.
“Investir em transporte coletivo limpo é investir nas cidades e nas pessoas, para que os centros urbanos se tornem mais resilientes, com menos poluição e deslocamentos mais rápidos e seguros.”
Ao O POVO, o Ministério das Cidades explica que o ENMU abrange portfólio estruturado de 187 projetos, elaborado a partir de diagnósticos detalhados e análises de demanda, validados com governos estaduais e municipais.
Esses projetos incluem tanto expansões de sistemas já existentes, como BRTs, metrôs e trens, quanto iniciativas inéditas, voltadas à ampliação e modernização da oferta de transporte público.
Esses empreendimentos formam a base técnica para o planejamento e a priorização de investimentos em mobilidade urbana até 2054.
Entre os catalogados, um grupo será selecionado, depois da conclusão do estudo, para compor uma carteira prioritária, voltada à captação de recursos.
“O ENMU é um instrumento estratégico que apoia a construção da Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana, orienta o Novo PAC e fornece subsídios para a implementação de políticas integradas e sustentáveis de transporte público no País.”
Dos projetos atuais e a serem desenvolvidos no Ceará e em Fortaleza, a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE) frisa que é responsável por construir e ampliar as linhas do sistema metroferroviário do Estado, que já conta com 84 km de trilhos instalados, sendo o maior sistema metroferroviário de passageiros do Nordeste.
Sobre novas extensões e requalificações, pontua que haverá avaliação posterior, a partir de diálogo com o Governo Federal.
Em balanço ao O POVO, destaca que o Ceará possui três obras para ampliação do sistema de Metrô e VLT, contabilizando um incremento de 14,8 km nos próximos três anos.
Até janeiro de 2026, prospecta a conclusão do VLT Ramal Aeroporto, que vai conectar a Linha Nordeste do Metrô de Fortaleza (VLT Parangaba-Mucuripe), por meio da Estação Expedicionários, com o Aeroporto Internacional Pinto Martins, através de uma via permanente com 2,4 km de extensão. A obra está com 71% de execução física.
Relembra ainda que, em julho deste ano, foi assinada a ordem de serviço para o início das obras da linha VLT Aeroporto-Castelão.
A construção vai adicionar duas estações à malha de Fortaleza: no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) e na Arena Castelão, partindo da nova estação Aeroporto.
O investimento é de R$ 180 milhões e duração estimada em 24 meses. A construção possuirá 5,1 km de extensão e foi pensada para reduzir o tempo de percurso entre o Aeroporto de Fortaleza e a Arena Castelão para 8 minutos.
Além das obras do VLT, a Seinfra também é responsável pela construção da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, a primeira linha do tipo subterrânea do Nordeste, que vai conectar o Centro ao bairro Papicu.
O trajeto terá 7,3 km e contará, em sua primeira fase, com cinco estações, sendo uma de superfície e quatro subterrâneas.
Após a conclusão das obras, a linha terá capacidade para movimentar cerca de 150 mil pessoas por dia. O tempo de viagem entre o Centro e o Papicu será de 15 minutos.
Já a Prefeitura de Fortaleza destacou a importância dos projetos elencados pelo estudo para o desenvolvimento da malha viária da cidade.
O retorno do Executivo é que há articulação atual com o Ministério para ver a melhor maneira de viabilizar não somente as prospecções feitas no documento, mas outras melhorias.
“Neste momento, estamos focados em melhorar a capacidade de investimento e endividamento para tecer mais detalhes sobre os BRTs”, informou, em nota, a Prefeitura. A nossa expectativa é virar o ano para sentar com o BNDES e analisar os projetos no âmbito financeiro.
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Governo desenvolve obras e Prefeitura mira contas
Dos planos apresentados no estudo, a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE) frisa que é responsável por construir e ampliar o sistema metroferroviário do Estado, que já conta com 84 km de trilhos. Sobre novas extensões e requalificações, pontua que haverá avaliação posterior, em diálogo com o Governo Federal.
Em balanço ao O POVO, destaca que o Ceará possui três obras para ampliação de Metrô e VLT, somando mais 14,8 km nos próximos três anos.
Até janeiro de 2026, prospecta a conclusão do VLT Ramal Aeroporto, que vai conectar a Linha Nordeste do Metrô de Fortaleza (VLT Parangaba-Mucuripe). A obra está com 71% de execução. Relembra ainda o VLT Aeroporto-Castelão. O investimento é de R$ 180 milhões e duração estimada em 24 meses. E a Linha Leste do Metrô de Fortaleza vai conectar o Centro ao bairro Papicu.
Já a Prefeitura de Fortaleza destacou que há articulação com o Ministério. Porém, neste momento, focam em melhorar a capacidade de investimento e endividamento para tecer mais detalhes sobre os BRTs. "Nossa expectativa é virar o ano para sentar com o BNDES e analisar os projetos no âmbito financeiro."