A diferença salarial entre homens e mulheres no Ceará caiu, de 10,21% em abril para 9,9% em novembro, conforme revelam os dados do 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios.
A disparidade é, contudo, mais alta que a registrada em setembro do ano passado, quando chegou a ser de 9,65% a diferença entre o que eles recebiam em comparação ao que elas recebiam.
Com esse resultado, o Ceará segue como o quinto estado com menor diferença salarial entre homens e mulheres. À frente do Ceará em termos de igualdade salarial aparecem os estados do Piauí, com 7,2%; Amapá, com 8,9%; Acre, com 9,1%; além do Distrito Federal, com 9,3%.
A média nacional, por exemplo, é de 21,2% de diferença entre os salários pagos nas 54 mil empresas com 100 ou mais funcionários para os homens em relação às mulheres.
Já os estados com maior diferença salarial de remuneração média entre homens e mulheres são o Paraná e o Rio de Janeiro, que aparecem empatados na liderança da desigualdade de gênero, ambos com 28,5% de disparidade entre o que recebem os homens e as mulheres, seguidos por Santa Catarina e Mato Grosso, ambos com 27,9% e o Espírito Santo, com 26,9%.
Para a economista Silvana Parente, a melhoria no indicador e o bom posicionamento no ranking nacional de menores diferenças salariais entre homens e mulheres, no caso do Ceará, é decorrente de uma série de fatores.
“A primeira coisa é que a própria lei de transparência salarial cria mecanismos de fiscalização e isso já é um fator que induz as empresas a prestarem atenção para esse indicador. O segundo fator é a consciência das empresas grandes, principalmente as mais bem estruturadas com relação à questão ESG, que são fatores de impacto social e ambiental, onde tem a questão da diversidade, com a participação das mulheres em cargos de direção”, pontua.
“Também tem a questão do nível de capacitação das mulheres porque o Ceará se mostra muito bem na questão da educação. Tanto no nível superior, quanto no nível médio, as mulheres estão bem e um pouco na frente dessa lista de horas trabalhadas em formação. Isso tudo junto permite com que isso aconteça”, avalia Silvana, acrescentando que não se pode desconsiderar a questão da média salarial ser mais baixa no Ceará na comparação com estados do Sul e do Sudeste, tanto entre homens quanto entre as mulheres.
Já Desirée Mota, integrante do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE) destaca que “as mulheres têm procurado cada vez mais se capacitar. As mulheres têm procurado mais as competências e habilidades dentro desse novo mercado de trabalho, porque ele está solicitando, exigindo que as pessoas tenham algumas características, não só técnicas, mas também características comportamentais”.
Voltando a falar sobre o impacto das rendas médias mais baixas no Ceará sobre a diferença salarial entre homens e mulheres, a conselheira do Corecon-CE lembra que até a forma de trabalho mais flexível no Sul e no Sudeste ajudam a aumentar esses rendimentos, bem como características macroeconômicas.
“No nosso caso, aqui no Estado do Ceará, nós ainda estamos dentro desse patamar de um salário mais mediano, um salário que não está acompanhando tanto o valor do dinheiro, a inflação, a taxa de juros, que aí teria que se fazer um ajuste, porque estamos com uma defasagem muito grande”, afirma a economista.
“E esse salário sendo baixo também acaba reduzindo um pouco essa diferença de salários entre homens e mulheres. Isso também tem esse efeito”, conclui Desirée.
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RANKING DAS DIFERENÇAS SALARIAIS
ESTADOS MENOS DESIGUAIS
1º Piauí - 7,2%; 
2º Amapá - 8,9%; 
3º Acre - 9,1%
4º Distrito Federal - 9,3%.
5º Ceará - 9,9%
ESTADOS MAIS DESIGUAIS
1º Paraná - 28,5%;
1º Rio de Janeiro - 28,5% 
3º Santa Catarina - 27,9%
3º Mato Grosso - 27,9%.
5º Espírito Santo - 26,9%
Média Brasil: 21,2%
Fonte: 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios