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Grendene avança 1,4% em receita líquida no 3º trimestre
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Grendene avança 1,4% em receita líquida no 3º trimestre

| Balanço|Exportações para América do Sul e produtos de maior valor agregado sustentaram crescimento
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GRENDENE tem hoje capacidade para produzir 250 milhões de pares de sapato por ano (Foto: Michel Gomes/Grendene)
Foto: Michel Gomes/Grendene GRENDENE tem hoje capacidade para produzir 250 milhões de pares de sapato por ano

A Grendene (GRND3) anunciou ao mercado que obteve receita líquida de R$ 760,1 milhões no terceiro trimestre de 2025, avanço de 1,4% ante igual período do ano passado.

Segundo a companhia, o consumo interno com aumento da oferta de produtos chineses impactou o resultado. Isso aconteceu devido à guerra tarifária entre Estados Unidos e China.

No período entre julho e setembro, houve queda de 10,2% no volume de pares comercializados. Foram vendidos 36,3 milhões no período.

Mesmo nessa baixa, a companhia obteve receitas melhores por par, com resultado líquido de alta de 13% no indicador, por conta da comercialização de produtos de maior valor agregado, com destaque para a marca Melissa.

Alceu Albuquerque, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Grendene, explica devido à imposição de taxas pelos Estados Unidos, os chineses redirecionaram a produção e seus produtos, com preços mais baixos, e atraíram os consumidores brasileiros.

Na sua avaliação, o ambiente doméstico segue desafiador para o consumo também por conta da inflação, taxa de juros e alto nível de endividamento das famílias.

“Temos visto que a população de baixa renda, que é a quem mais de 80% dos nossos produtos são destinados - a exceção de Melissa - está extremamente endividada, que vem sofrendo muito com a inflação, especialmente de alimentos, o que contribuiu para esse desempenho no mercado interno”, afirma.

Por outro lado, as exportações de produtos cresceram 17,1% no terceiro trimestre. De janeiro a setembro, o crescimento do mercado internacional da Grendene foi de 13,5%, com mais de 19,1 milhões de pares vendidos ao Exterior.

Países como Paraguai e Argentina puxaram o resultado, revela Alceu. O executivo ainda destaca que, por ter menos de 1% de seu mercado internacional nos Estados Unidos, a imposição do tarifaço não teve relevância no resultado e aquele mercado até apresentou crescimento no período.

A marca Melissa segue como principal destaque do grupo, mantendo contribuição positiva para o balanço. A receita bruta da marca apresentou aumento de 19,1%, sustentada por elevação de 21% na receita bruta por par. No trimestre, a marca teve queda de 1,6% no volume de pares vendidos.

Receita bruta supera marca de R$ 1 bilhão e perspectivas para o fim do ano

A receita bruta da Grendene foi de R$ 1,02 bilhão no terceiro trimestre de 2025, alta de 10,6% em relação ao igual período do ano passado.

No acumulado do ano após nove meses, o lucro líquido recorrente da companhia chegou a R$ 530 milhões, um resultado 18% melhor em relação à igual período do ano passado.

Alceu Albuquerque avalia que, chegado o melhor período do ano em vendas de calçados, as perspectivas são positivas, mas com a ressalva em torno dos produtos chineses.

Sobre a questão, o diretor da Grendene espera que americanos e chineses avancem em acordo sobre as taxas para que o fluxo de produtos no mercado internacional se normalize.

Em relação à operação no Ceará, Alceu lembra que a companhia concluiu recentemente a ampliação da capacidade de produção na unidade no Crato (Região do Cariri), onde são produzidos produtos de EVA, mais confortáveis e leves.

“Observamos desde a pandemia a demanda crescente por produtos de maior conforto e, por conta disso, ampliamos nossa capacidade. Com esta ampliação, no momento, não temos expectativa de novos investimentos mais robustos”, pontua.

Com esse investimento, a capacidade de produção da companhia ao nível nacional é de 250 milhões de pares anualmente. No ano passado, a companhia produziu 150 milhões de pares.

Por isso, deixa em aberto a possibilidade de novas contratações de pessoal para ampliar a produção no médio prazo, caso haja demanda no mercado.

“Temos capacidade fabril para absorver uma eventual elevação da demanda pelos nossos produtos. Neste momento, estamos avaliando o volume de pedidos em carteira e ajustamos a mão de obra - para cima ou para baixo - conforme a demanda”, diz.

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