O Banco do Nordeste (BNB) confirmou que prevê encerrar 2025 superando R$ 2 bilhões aplicados em projetos inovadores por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
Presidente interino da instituição e diretor Financeiro e de Crédito, Wanger Rocha enfatiza que o BNB ampliou o aporte de crédito por meio da linha FNE Inovação.
De 2020 a 2024, R$ 6,36 bilhões foram aplicados em projetos inovadores na área de atuação do banco (os nove estados da Região Nordeste, o norte de Minas Gerais e o Espírito Santo). Nesse recorte, foram mais de 2,2 mil operações realizadas.
Caso o montante projetado pelo BNB se confirme ao fim de 2025, o salto em relação ao valor aplicado em inovação no ano passado será de 19%.
"O Banco está sempre disponível para o diálogo e temos feito um trabalho totalmente voltado para a questão da inovação em prol do desenvolvimento da economia nordestina. Não existem saltos em desenvolvimento se não tiver um processo de inovação", aponta.
Ainda segundo Wanger, o BNB tem por norte o apoio em todas as escalas, aplicando crédito para inovação desde micro, pequenos, médios até os grandes negócios. Dentro desse contexto, destaca a atuação do Hubine, o hub de inovação do Banco do Nordeste.
O Hubine, destaca Wanger, tem por função conectar startups, investidores, empresas que precisam processos inovativos, governos e academia. Assim, com o FNE Inovação, o BNB quer tomar o protagonismo neste tipo de financiamento em sua área de atuação.
O presidente interino do BNB deu as declarações durante participação no Summit de Inovação e Financiamento Regional, promovido pelo Lide Ceará, que também contou com a participação da analista de Fomento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Rafaelly Fortunato.
A analista da Finep destaca que alteração na Lei do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNCT), que a instituição opera, exige que pelo menos 30% de seus recursos sejam destinados a projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, como forma de descentralizar as aplicações.
Antes, a porcentagem de participação dessas regiões não passava de 10%, havendo uma grande concentração nos estados do Sudeste. Com a nova política, Rafaelly diz que a atual porcentagem das regiões chega a 36% dos valores aplicados.
Para aumentar a participação do Nordeste, a Finep tem atuado para atrair mais empresas com projetos inovadores, iniciativas de pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços. Ela conta que o Ceará se destaca em valores liberados nos editais, mas o montante está concentrado entre poucas empresas de grande porte.
"Temos feito algumas iniciativas. Por exemplo, uma das nossas linhas de crédito, a de difusão tecnológica para inovação, é destinada somente às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, uma política específica para que esses recursos cheguem", afirma.
Conforme Rafaelly, é necessário que o empresário desmitifique linhas de crédito para inovação. Neste sentido, a Finep atua como agência do estado para investir em projetos que envolvem "risco e incerteza", oferecendo crédito com taxas melhores do que as de mercado.
Ela aponta que os projetos, que podem ser apresentados à Finep por meio de seu site, não se restringem à "invenções extremamente disruptivas", mas que abrangem o dia a dia do setor produtivo, que aumente sua competitividade, como melhoria de processos e a evolução rumo à indústria 4.0.
Emília Buarque, presidente do Lide Ceará, afirma que o tema do Summit, "Inovação e Financiamento Regional", dialoga com uma demanda crucial para os empresários cearenses. Destaca que existe funding a taxas muito convidativas, mas poucas empresas do Estado estão aproveitando essa oportunidade.
"Não poderíamos perder a oportunidade de falar de inovação e de promover a maior competitividade das empresas do Ceará", aponta.