A redução das tarifas de 40% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros é avaliada positivamente pelo economista-chefe do Observatório da Indústria do Ceará, ligado à Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale.
Na avaliação dele, a medida vai trazer benefícios concretos para produtos cearenses como castanha de caju, água de coco, frutos, sucos e cera de carnaúba. Ele pondera, no entanto, que é preciso avançar nas negociações entre os dois países.
"É importante destacar que ainda há uma parcela expressiva da indústria cearense que continua penalizada, dado que vários produtos industriais não entraram na lista de isenções. Setores como o siderúrgico, de pescados, couro, calçados, mármore e granito ainda permanecem sujeitos a tarifas elevadas impostas anteriormente", afirmou.
Dados do Observatório da Indústria mostram que as exportações cearenses aos EUA somaram US$ 922 milhões neste ano. Deste montante, US$ 717 milhões foram em placas de aço, produto que segue com tarifa global setorial de 50%.
O segundo produto cearense mais exportado ao mercado americano é o pescado, que também ficou de fora das isenções divulgadas no último dia 20. Neste ano, foram contabilizados US$ 33,4 milhões em vendas, queda de 13,3% ante o ano anterior, segundo o Observatório. "A Fiec reforça a necessidade de continuidade das negociações bilaterais, de modo a reduzir o impacto dessas tarifas em medidas futuras e elevar o comércio exterior cearense."
(Irna Cavalcante)