O setor de construção civil obteve no acumulado de janeiro a outubro deste ano um resultado superior a todo o ano passado. Segundo números divulgados pelo Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE) em parceria com a Brain, o Valor Geral de Vendas (VGV) supera os R$ 6,6 bilhões.
Esse é o melhor resultado para o setor em uma década ao analisar o desempenho da Capital e Região Metropolitana.
Em quantidade de unidades vendidas, o número superou a marca de 13 mil, o que representa o melhor resultado da história do mercado imobiliário cearense.
Entre janeiro e outubro, foram fechadas aquisições de 13.099 unidades, número 9% melhor do que o igual período de 2024, quando houve 11.983 vendas.
Somente em Fortaleza, foram vendidas 8.950 unidades habitacionais, número 20% melhor do que no ano passado.
A maioria dos negócios fechados envolve a aquisição de apartamentos. Na Capital, de janeiro a outubro, houve crescimento de 22%.
Separando por padrão, os apartamentos de padrão econômico tiveram 3.948 unidades vendidas em Fortaleza, alta de 19%. Já os demais segmentos comercializaram 4.890 unidades, avanço de 24%.
Sérgio Macedo, diretor de Estatísticas do Sinduscon Ceará, destaca que o resultado positivo tem relação com a combinação favorável entre lançamentos estratégicos, aumento na absorção e diversificação dos produtos.
Ele enfatiza que o salto de vendas de produtos econômicos, mais baratos, de menor metragem, mas que são um volume representativo, não elimina a pujança do segmento de alto padrão.
Focado na venda de menos produtos, mas mais caros, o alto padrão e luxo "não deve acabar", "pois há pessoas com renda que continuam investindo em novos imóveis e buscando melhores unidades".
A representatividade do segmento econômico em número de unidades vendidas no Estado é de cerca de 70% do total.
O montante de VGV obtido entre janeiro e outubro apresentou alta de 2%, o que percentualmente é menos do que o avanço das vendas de unidades.
A explicação, segundo o Sinduscon, é o crescimento dos segmentos de imóveis do padrão econômico, com avanço da demanda por apartamentos de menor metragem.
Em relação a VGV, a Capital concentra a maior parte do valor obtido, com R$ 4,8 bilhões em negócios, dos quais R$ 929 milhões correspondem ao segmento econômico e R$ 3,8 bilhões aos demais padrões.
A quantidade de imóveis lançados em Fortaleza e Região Metropolitana (RMF) deu salto de 43% entre janeiro e outubro deste ano em relação ao igual período do ano passado.
Em 2025, foram 10.060 unidades novas disponibilizadas no mercado de Fortaleza. Já na RMF foram 2.501 unidades verticais, além de outras 632 horizontais.
Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Tibério Benevides celebra que os últimos anos têm sido de avanço para o setor, o que afeta positivamente os profissionais de intermediação de vendas.
Sobre a Região Metropolitana, enfatiza que são municípios em franco crescimento devido à preferência do consumidor de procurar opções diferenciadas fora da Capital.
Neste recorte, destaca a liderança do Eusébio neste processo, seguido da ascensão de Caucaia e Aquiraz, além do foco de Maracanaú em opções de padrão econômico.
Em Fortaleza, os principais destaques ficam por conta de regiões bem abastecidas de serviços ao redor dos condomínios, desde opções de boas escolas, supermercados e áreas de lazer.
Destaque para a área da Beira-Mar, além de bairros como Meireles, Luciano Cavalcante, Guararapes, Aldeota e Dionísio Torres.
"Vemos algumas tendências se formando. O cearense começou a enxergar que o bairro precisa ter vida própria - com opções de shoppings, universidade, hospital -, começa a procurar também opções para trabalhar mais próximo de casa."
Neste sentido, prevê que localizações próximas às estações do Metrô de Fortaleza serão a futura tendência para os próximos anos, com a perspectiva de conclusão da Linha Leste, que liga o Centro ao Papicu - bairro que possui metro quadrado mais valorizado do que o Luciano Cavalcante, segundo o Sinduscon/Brain.