O Ceará registrou, em outubro, um saldo positivo de 3.379 postos de trabalho formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com esse resultado, o Estado alcançou a marca de 54.327 novos postos formais de trabalho gerados em 2025.
Na comparação mês a mês de 2025, no entanto, o resultado de outubro é o terceiro mais baixo do ano, atrás apenas de janeiro (-396) e março (-2,6 mil). Mas, no comparativo com outubro de 2024, que registrou um saldo de 2.997, houve um crescimento de 12,75%.
Segundo o documento, o estoque mensal do emprego formal no Ceará atingiu o total de 1.463.099 empregos com carteira assinada.
O indicador do Caged mede a diferença entre contratações e demissões. Em outubro, foram 58.667 novas contratações ante 55.288 demissões. O destaque foi o setor de serviços, com 2.099 vagas, seguido de comércio (+777), construção civil (+742) e agro (+109). O setor industrial teve queda de menos 338.
Todos os estados nordestinos apresentaram desempenho positivo no mês. Pernambuco liderou com 10.596 vagas, seguido por Alagoas (4.657) e Bahia (4.449). Na sequência aparecem Ceará (3.379), Maranhão (3.293), Paraíba (2.734), Piauí (2.693), Sergipe (1.076) e Rio Grande do Norte (954). Região respondeu por quase 40% das vagas abertas no país.
Os resultados conquistados pelo Ceará, no acumulado de 2025 até outubro, são especialmente puxados pela geração de vagas no setor de Serviços, que desponta com a criação de 23.777 empregos formais. O setor é acompanhado pela Construção, com 13.434 postos de trabalho. Também registraram saldos positivos os setores de Indústria (9.562); da Comércio, com 5.089, e da Agropecuária 2.465.
“Os resultados deixam claro que seguimos avançando, fortalecendo a cooperação entre governo e iniciativa privada para ampliar cada vez mais as oportunidades para os trabalhadores do Ceará. O trabalho não pára, gerando mais oportunidades para o nosso povo”, disse o governador Elmano de Freitas (PT).
“Mantemos um bom ritmo de crescimento da economia, com a geração de postos de trabalho e a menor taxa de desemprego da série histórica. Apesar das sazonalidades, percebemos que os números mostram que estamos no caminho certo, focados na parceria entre o público e o privado com o intuito de ampliar ainda mais as oportunidades para o trabalhador cearense”, analisa o secretário do Trabalho, Vladyson Viana.
Em termos territoriais, no acumulado para 2025 os municípios com a maior geração de empregos são Fortaleza (23.668), Juazeiro do Norte (3.230), Horizonte (3.145) e Caucaia (2.078).
Vladyson Viana explica que o Caged apresenta a dinâmica do mercado de trabalho, registrando admissões e demissões e considerando a sazonalidade, por isso deve-se comparar períodos idênticos, como, por exemplo, outubro de um ano com outubro do ano anterior.
“O mês de outubro de 2025 teve um saldo positivo, e quando comparado com outubro de 2024, o saldo foi maior.”, comenta Vladyson Viana.
De acordo com ele, para entender a dinâmica do mercado, é essencial olhar para períodos mais longos, como o ano completo ou vários anos. “Se a gente for olhar o governo Elmano (de Freitas), desde janeiro são mais de 160.000 (empregos gerados). Então, o Ceará segue uma trajetória de crescimento, de geração de emprego”, afirma o secretário.
“Esse resultado, divulgado para o mês de outubro de 2025, é positivo; é um resultado importante. Quando você olha para ao longo do ano, confirma uma trajetória de crescimento da economia cearense”, destaca Vladyson Viana.
O Brasil fechou o mês de outubro com saldo positivo de 85.147 empregos com carteira assinada. O resultado decorreu de 2.271.460 admissões e de 2.186.313 desligamentos no período.
O saldo de empregos formais no mês passado foi menor que o registrado em setembro, que ficou em 213.002. Em outubro de 2024, o saldo de empregos formais foi de 131.603, segundo o Caged.
No acumulado dos últimos 12 meses (novembro de 2024 a outubro de 2025) o saldo chega a 1.351.832, menor que o saldo observado no período de novembro de 2023 a outubro de 2024, quando foram gerados 1.796.543 postos de trabalho.
De acordo com Sara Paixão, analista de macroeconomia da InvestSmart XP, a criação de 85 mil vagas de emprego em outubro foi abaixo do consenso de mercado, que era em torno de 105 mil vagas. Isso representa uma queda de 35% em relação a outubro do ano anterior. O destaque negativo foi para construção, agropecuária e indústria. Já serviços continua forte, apresentando a criação de 82 mil postos de emprego e comércio 25,6 mil.
“O dado confirma a tendência esperada de desaceleração no mercado de trabalho, que vem de meses muito positivos ao longo dos últimos dois anos, principalmente no universo de empregos formais”, destaca Sara Paixão. A especialista ressalta que, apesar de mais fraco do que o esperado, o mercado de trabalho continua aquecido, com taxa de desemprego nas mínimas históricas e um crescimento expressivo na renda real da população. “Por isso, o dado não muda a expectativa de que o Banco Central deve manter a taxa Selic inalterada em dezembro, com possibilidade de corte a partir de 2026”, analisa.
Segundo Sara, o cenário exige cautela adicional, pois de um lado temos dados mais fracos no emprego formal, mas por outro a inflação de serviços continua pressionada e, para o ano que vem, a alteração na faixa de imposto de renda e o aumento de repasses fiscais podem impactar positivamente a atividade econômica.
Dois dos cinco grandes agrupamentos apresentaram resultado positivo, os demais ficaram praticamente em estabilidade.
O setor de serviços fechou o mês com 82.436 e o comércio com 25.592. A indústria ficou com decréscimo de 10.092 (-0,1%); a construção civil ficou com decréscimo de 2.875 (-0,1%) e a agropecuária registrou saldo negativo de 9.917 vagas (-0,5%).
No mês passado foi registrado saldo positivo em 21 dos 27 estados da federação. Em números absolutos, o destaque ficou com São Paulo, com 18.456; o Distrito Federal, com 15.467 e Pernambuco, com 10.596
Proporcionalmente, o destaque também ficou para o Distrito Federal que cresceu 1,5%, Alagoas, com 1% e Amapá, com 0,7%. Do total de postos gerados no mês, 67,7% foram considerados típicos e 32,3% não típicos, com destaque para trabalhadores com jornada de trabalho intermitente que somaram 15.056 e trabalhadores com jornada de 30 horas ou menos, que ficaram com 10.693 vagas.
O salário médio real de admissão em outubro foi de R$ 2.304,31, um aumento de R$17,28 (0,8%) em comparação com o valor de setembro que foi de R$ 2.287,02.
“Para os trabalhadores considerados típicos o salário real de admissão foi de R$ 2.348,20 (1,9% mais elevado que o valor médio), enquanto para os trabalhadores não típicos foi de R$ 1.974,07 (14,3% menor que o valor médio)”, informou o ministério.
As mulheres conquistaram a maioria das vagas, com 65.913. Já os homens somaram 19.234 novos empregos. Elas apresentaram maior número de contratos nos setores de serviços (52.003, ante 30.433 dos homens).
Já os jovens de 18 a 24 anos representaram 80.365 das contratações e os adolescentes até 17 anos 23.586. Esses dois grupos foram mais contratados no setor de Serviço, com 54.528 vagas; Comércio, com 32.203 e na Indústria de Transformação, com 10.051.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, creditou a queda no número de vagas à política de juros do Banco Central, que manteve a taxa de juros básica da economia, a Selic. A taxa, que estava em 10,5% ao ano até setembro do ano passado, foi elevada para 15% ao ano.
“Venho chamando atenção desde maio ou junho da necessidade de o Banco Central, que tem a necessidade de monitoramento e as decisões de aumento, manutenção ou decréscimo da taxa Selic, olhar com atenção, pois a economia entraria num processo de desaceleração. O problema é que se você vai desacelerando, uma hora o carro vai parar”, pontuou.
Segundo ele, é momento de o Banco Central tomar medidas em relação ao monitoramento das taxas de juros.
“Há um grande entendimento de que isso está inibindo o ritmo dos investimentos. Tem investimentos comprometidos por parte das empresas que desaceleram por conta dos juros. É hora mais que urgente o Banco Central ter a sensibilidade de entender ser necessário esse processo [de diminuição dos juros]”, acrescentou. (Com Agência Brasil)
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Salário
O salário médio real de admissão no Brasil, em outubro, foi de R$ 2.304,31. Alta de 0,8% ante setembro