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Ceará exporta modelo próprio de inovação ao Canadá
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Economia

Ceará exporta modelo próprio de inovação ao Canadá

Em encontro com governo canadense, o Instituto Atlântico afirmou que o Ceará deixou de vender apenas tecnologia e passou a exportar seu modelo de inovação
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CUPERTINO Freitas, Ron Klappholz, Albert Schilling e Izabela Duarte debateram o comércio entre Canadá e Fortaleza (Foto: Kaique Andrades/Instituto Atlântico)
Foto: Kaique Andrades/Instituto Atlântico CUPERTINO Freitas, Ron Klappholz, Albert Schilling e Izabela Duarte debateram o comércio entre Canadá e Fortaleza

Ceará exporta método e não só tecnologia, diz Instituto Atlântico em encontro com governo canadense, se referindo não só a um método formalizado, mas a um arranjo de práticas e resultados que tornou o Ceará competitivo sem depender do eixo Rio–São Paulo.

No evento “Fazendo Negócios com o Canadá – Fortaleza”, ontem, que contou com a participação do conselheiro da Embaixada do Canadá no Brasil, Ron Klappholz, foi destacado o avanço da internacionalização cearense e o interesse canadense no Nordeste como polo de inovação.

“A gente deixou de vender só código. Começamos a exportar o próprio modelo cearense de inovação, e agora ajudamos outras empresas a entenderem como atravessar a fronteira”, afirmou Cupertino Freitas, gerente de Mercado Internacional do Instituto Atlântico.

Ele explica que essa transformação se reflete em programas de internacionalização, atração de investimentos e no interesse canadense pelo Nordeste como rota estratégica e não apenas emergente.

De acordo com Izabela Duarte, Trade Commissioner do Escritório Comercial do Canadá em Recife, a escolha de Fortaleza para sediar o evento foi deliberada:

“Esses encontros geralmente acontecem em São Paulo. Trouxemos para o Ceará porque reconhecemos que o Estado está em plena ebulição. Queremos fazer parte desse movimento e ampliar as conexões de negócios e tecnologia.”

A representante destacou ainda que o Canadá possui programas estruturados para apoiar empresas brasileiras e cearenses, embora o desconhecimento dessas ferramentas ainda seja entrave. Segundo ela, o processo se dá em parceria. “Não avaliamos a empresa sozinhos. Quando necessário, uma consultoria assume. A maturidade vai sendo reconhecida ao longo da jornada, passo a passo, sem julgamento externo.”

Data centers, conectividade e internacionalização

Outro ponto fundamental veio de James Mackenzie, da PureColo (Canadá), que trouxe ao público a realidade do mercado norte-americano de infraestrutura digital, focado em mid-tier colocation, conectividade e escala responsável. Mackenzie reforçou que empresas como a que representa têm observado o Ceará não apenas como ponto de passagem de dados, mas como ambiente de operação.

O diálogo conecta-se à intenção de instalação de novas estruturas e à apresentação da PiuPolo, empresa que manifestou interesse em operar data center em Fortaleza, conforme mencionado no painel.

Izabela também realçou que parte relevante da produção audiovisual norte-americana ocorre no Canadá, embora não seja amplamente comunicada.

“Se você olhar com atenção os créditos, verá a bandeira de Quebec e de Ontário. A indústria criativa e de games é fortíssima, e empresas brasileiras, inclusive nordestinas, já participam desses fluxos.”

A menção reforça que o intercâmbio não se restringe à TI tradicional, mas avança sobre cinema, streaming, animação e desenvolvimento de jogos.

A burocracia brasileira e a dificuldade de navegação regulatória foram apresentadas não como crítica, mas como dado objetivo do processo de entrada de empresas estrangeiras no País. Izabela classificou como “complexo até para brasileiros”.

Para empresas cearenses interessadas em acessar o mercado canadense ainda em 2026, a orientação prática foi clara: “o primeiro passo é buscar a Câmara de Comércio Brasil–Canadá, que oferece orientação específica. O capítulo Fortaleza está ativo e pode apoiar diretamente.”

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Para facilitar o acesso ao mercado canadense, a orientação é buscar a Câmara de Comércio Brasil-Canadá

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