Logo O POVO+
Indústria química no Ceará apoia programa de Lula, mas vê gargalo para 2026
Comentar
Economia

Indústria química no Ceará apoia programa de Lula, mas vê gargalo para 2026

Em nota, Sindquímica manifesta estar de acordo com iniciativa, mas demonstra preocupação com período de transição
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar
Empresas cadastradas poderão receber créditos financeiros equivalentes a até 6% do valor gasto na compra de determinados insumos químicos (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Empresas cadastradas poderão receber créditos financeiros equivalentes a até 6% do valor gasto na compra de determinados insumos químicos

O Sindicato das Indústrias Químicas do Estado do Ceará (Sindquímica-CE) manifestou apoio à sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Programa de Estímulo à Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq), mas demonstrou preocupação quanto a 2026.

Segundo o Sindquímica a iniciativa reconhece a indústria química como setor estratégico para o desenvolvimento econômico, industrial e social do Brasil.

“A indústria química é base transversal de praticamente todas as cadeias produtivas — plásticos, embalagens, fármacos, cosméticos, saneantes, tintas, fertilizantes, entre outras — sendo essencial para a reindustrialização, a inovação tecnológica e a competitividade do país no cenário internacional”, prossegue a entidade em nota.

O texto que trata da criação do programa foi publicado no Diário Oficial, mas a sanção presidencial veio com alguns vetos, como os que faziam mudanças no Regime Especial da Indústria Química (Reiq).

Inicialmente, a proposta de autoria do deputado Afonso Motta (PDT-RS) previa impacto de R$ 5 bilhões anuais entre 2027 e 2029.

Após modificações feitas pelos parlamentares, o texto final aprovado pelo Congresso resultou em renúncias de R$ 3 bilhões anuais entre 2027 e 2031. O teto está condicionado à previsão na Lei Orçamentária Anual, e a renúncia prevista no projeto será coberta pela arrecadação proveniente das medidas de defesa comercial.

O fato de o texto mencionar o ano de 2027, foi um ponto de atenção apontado pelo Sindquímica em nota. “O Sindquímica-CE destaca, entretanto, a necessidade de especial atenção ao período de transição previsto para 2026, em função do encerramento do programa anterior de estímulo ao setor químico. A ausência de instrumentos compensatórios plenamente operacionais nesse intervalo pode gerar um gap regulatório e econômico”, alerta a entidade.

“Nesse contexto, é fundamental que o Presiq seja implementado de forma coordenada, com regras claras, prazos definidos e mecanismos eficazes que assegurem a continuidade dos incentivos, evitando descontinuidades que possam comprometer a produção nacional, a atração de novos investimentos e a manutenção de empregos qualificados”, acrescenta o Sindquímica.

O programa estabelece duas modalidades de benefícios. Em uma delas, a industrial, as empresas cadastradas poderão receber créditos financeiros equivalentes a até 6% do valor gasto na compra de determinados insumos químicos. O valor máximo autorizado para essa modalidade será de R$ 2,5 bilhões anuais, entre 2027 e 2031.

O texto ainda abre brecha para que o benefício seja prorrogado nos anos seguintes, respeitando o limite global máximo. "Poderão ser autorizados créditos financeiros para utilização nos anos calendários subsequentes, com vistas a contemplar os projetos plurianuais, respeitados os limites anuais", diz o projeto.

Já as empresas habilitadas na modalidade investimento - aplicável às centrais petroquímicas e às indústrias químicas mediante compromisso de investimento - teriam direito a créditos financeiros de até 3% sobre a receita bruta até o limite do valor do investimento. O montante total disponível para essa modalidade de crédito financeiro será limitado a R$ 500 milhões por ano, entre 2027 e 2031. Este benefício também poderá ser prorrogado nos anos subsequentes.

Os créditos financeiros previstos na lei corresponderão a créditos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Além disso, o valor desses créditos não será incluído na base de cálculo de outros tributos, como o próprio IRPJ, CSLL, a futura Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

Entre os vetos, Lula impediu a habilitação automática dos contribuintes ao Presiq. Segundo o Planalto, isso possibilitaria o usufruto dos benefícios fiscais em valores acima do teto estipulado para a renúncia fiscal definida para o programa. (Com Agência Estado)

Tenha acesso a mais conteúdo em nossos canais!

Mais notícias de Economia

O que você achou desse conteúdo?