O salário mínimo será de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026. O valor teve um aumento de 6,8%, um pouco mais de R$ 100, e foi estipulado por meio de publicação no Diário Oficial da União pelo Governo Federal. O mínimo anterior era de R$ 1.518.

Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), cerca de 62 milhões de brasileiros recebem o mínimo. Com o reajuste para R$ 1,621, o incremento na economia será de R$ 81,7 bilhões.
No detalhamento, o reflexo será sentido por 29,2 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 17,6 milhões de empregados, 10,7 milhões dos que trabalham por conta própria, 3,8 milhões de trabalhadores domésticos e 383 mil empregadores.
No setor público, o número de servidores que ganha até um salário mínimo é pouco expressivo nas administrações federal (0,76%) e estaduais (3,90%). Na esfera municipal, a participação dos servidores que é maior, cerca de 10,72%, especialmente na região Nordeste.
Pelas regras, o valor do salário mínimo deve ser atualizado anualmente pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro, mais o crescimento da economia brasileira de dois anos antes, ou seja, do ano de 2024, sujeito ao limite máximo de 2,5% ao ano, por conta do teto de gastos.
Os dois componentes, juntos, garantem um aumento real do piso, diferente da política dos governos anteriores para o salário mínimo, de Michel Temer e Jair Bolsonaro, quando o reajuste era feito somente pela inflação.
Assim, para 2026, o reajuste resulta da correção de 4,18% referentes à inflação e da aplicação posterior de 2,5% de aumento real, alcançando 6,79%. Com isso, o salário mínimo apresenta variação nominal de R$ 103.
Caso ainda estivesse em vigor a regra anterior, que permitia o repasse integral da taxa de crescimento do PIB, que foi, em 2024, de 3,4%, o piso nacional atingiria R$ 1.636, ou seja, R$ 15 a mais do que o valor atualmente previsto. Dessa forma, o incremento de renda na economia seria de 93,7 bilhões, cerca de R$ 12,0 bilhões a mais do que os R$ 81,7 bilhões.
"Esse modelo teve efeitos adversos sobre o poder de compra em contexto de inflação relativamente elevada", disse o Dieese, em nota técnica sobre o novo mínimo.
"Enquanto os preços avançavam continuamente, a recomposição salarial ocorria apenas uma vez, no reajuste anual, fazendo com que o salário mínimo real se deteriorasse". O órgão acrescentou que, somente a reposição da inflação, entre 2020 e 2022, não foi suficiente para diluir o impacto dos preços dos alimentos, que subiram acima da média, pesando de forma desproporcional no rendimento das famílias pobres.
O salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formalizado pode receber no País e deve ser suficiente para atender a necessidades vitais básicas próprias e de sua família, como moradia, alimentação, saúde, lazer, higiene e transporte, de acordo com a Constituição Federal.
Com essa intenção, de acordo com o Dieese, a mínimo mensal de uma família de quatro pessoas no Brasil deveria ser de R$ 7.067,18, em novembro de 2025, o equivalente a 4,3 vezes o novo piso do mínimo nacional em janeiro de 2026.