A presença feminina - e, especialmente, feminista! - foi fundamental nesse Ciclo Carnavalesco 2020. Cantoras e grupos formado exclusivamente por mulheres (cis e trans) se espalharam pelos polos, trazendo ao público não somente canções representativas do universo em questão, como verdadeiros hinos contra o machismo, a violência e o assédio.

Estreando na programação deste ano, as cearenses Ercília Lima e Lorena Lyse - com seus respectivos shows intitulados Gira do Tempo e Soul de Tambor - celebraram a música brasileira em suas múltiplas vertentes, indo dos ritmos ancestrais ao bom e velho samba. E por falar em samba, o coletivo SambaDelas também não deixou por menos, abrindo passagem para Mart'nália se apresentar na Praia de Iracema.

Com músicas que não objetificam o corpo da mulher, o bloco feminista Damas Cortejam levantou a bandeira não somente contra o assédio, mas também o patriarcado e o chamado "esquerdomacho". Nos versos de Ekena, na canção Todxs Putxs, o recado cantado em alto e bom som: "Mulher, a culpa que tu carrega não é tua/ Divide o fardo comigo dessa vez/ Que eu quero fazer poesia pelo corpo/ E afrontar as leis que o homem criou pra dizer". (TM)