A morte de Ayrton Senna interrompeu uma vida de sucesso e ainda assim o piloto continua adorado. A idolatria conquistada nos circuitos de Fórmula 1 entre 1984 e 1994 se estende, inclusive entre pessoas nascidas depois da morte do paulista.

É o caso de Eduardo Costa, nascido em 1998. Grande admirador de Senna, o sergipano conta história vivida em Interlagos no ano passado - durante o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 -, que ajuda a entender a dimensão do apreço pelo brasileiro nos dias atuais.

"Na invasão da torcida à pista ao final do Grande Prêmio todo mundo cantou o nome dele, quase 25 anos depois. Homens, mulheres, crianças, gente que viu e não viu Senna correr, todos cantando. Por ser algo muito recente historicamente, a memória dele está bem viva e isso faz com que a imagem permaneça difundida", conta.

Para o jornalista Thiago Arantes, a idolatria passa pelo momento que o Brasil vivia tanto no esporte quanto fora dele. "Era uma fase complicada pela falta de ídolos nacionais. O Senna tinha a favor dele o esporte perfeito para o surgimento de um ídolo, por ser individual. Então você tem um piloto vencedor, carismático, em um momento difícil para o esporte e economia brasileira, ele pega a bandeira e faz o brasileiro se sentir orgulhoso", avalia.

A idolatria por Senna, porém, não fica restrita ao território brasileiro e tem a própria Fórmula 1 como principal voz para deixar vivas as lembranças. Em datas especiais ou não, a empresa trata o assunto com o carinho que acredita merecer - seja nas redes sociais, nas pistas ou nas transmissões. Os pilotos da atualidade também fazem questão de mostrar como Senna foi ídolo para eles. O inglês pentacampeão mundial Lewis Hamilton, por exemplo, não esconde que sua inspiração parte do piloto brasileiro. (Gerson Barbosa/Especial para O POVO)