O melhor momento da história da dupla Ceará e Fortaleza no cenário nacional coloca em xeque, respectivamente, dois dos mais criativos apelidos alimentares futebolísticos: Come-Ovo e Chupa-Manga. É certo que eles ainda são usados na tentativa de provocar os rivais, mas já não fazem mais qualquer sentido. Não ofendem ninguém e são parte de um passado real e difícil que nenhum deles quer sequer imaginar reviver.
No Clássico-Rei de hoje, com a Arena Castelão lotada em seus limites atuais, a cifra envolvida é um recorde absoluto sob quaisquer aspectos. O enfrentamento dos rivais pela primeira vez no Campeonato Brasileiro da Série A com regulamento de pontos corridos envolve R$ 320 milhões — somadas apenas as receitas desta temporada e valores de mercado dos dois elencos. Seus programas de sócio-torcedores jamais foram tão bem sucedidos e não existe atraso de salário. Investimentos em estrutura médica, fisiológica, nutrição, centros de treinamento e sedes próprias também são uma realidade, tudo para dar todas as melhores condições aos atletas.
Em campo, Alvinegro e Tricolor estão na elite da região Nordeste e do futebol nacional, tanto que após 12 rodadas disputadas ambos somam 14 pontos (quatro vitórias, dois empates e seis derrotas) e estão distantes cinco da zona de rebaixamento.
É claro que na comparação com os maiores clubes do País, Fortaleza e Ceará estão distantes em poder financeiro, títulos, patrimônio. Mas a realidade de hoje, levando em conta anos anteriores, é extremamente positiva e profissional. Não por acaso seus torcedores carregam os escudos no peito e o orgulho na alma. A luta agora é para seguir firme, melhorar sempre e ganhar consistência e anos entre os melhores e mais importantes times do País na primeira divisão.
O retrocesso não é mais aceitável, até porque o caminho certo seus dirigentes já conhecem. E o mais importante: a estrada está aberta.