O Brasil teve dia histórico no Pan de Lima, com ouros inéditos em dos esportes. Na estreia do stand up paddle (SUP) race — nova modalidade olímpica —, a carioca Lena Ribeiro, 38 desbancou a favorita Candice Appleby (EUA) e ficou com o primeiro título em categoria de surfe em Jogos Pan-Americanos. Outro feito foi o do também carioca Ygor Coelho, 22, superou o canadense Brian Yang para ficar com o primeiro ouro brasileiro na história do badminton.
"Na minha idade, era agora ou nunca", comemorou Lena, na praia de Punta Rocas, sede das competições de surfe, cerca de 60 km ao sul de Lima. "Foi uma medalha histórica por ser a primeira, estou muito feliz, a ficha ainda não caiu", declarou a atleta.
A brasileira garantiu o ouro, o primeiro na história do surfe em Pan-Americanos, em uma final emocionante com um tempo de 33:25.7 minutos e após aproveitar a queda da rival americana Candice Appleby (34:03.9), que liderou praticamente a prova toda. A quatro vezes campeã do mundo, ficou com a prata. O bronze foi da porto-riquenha Mariecarmen Rivera (34:38.0).
No masculino, o Brasil também medalhou. Vinnicius Martins esteve na briga pelo topo do pódio, mas acabou superado pelo americano Connor Baxter, ficando com a prata inédita. O peruano Itzel Delgado terminou a prova em terceiro.
Ygor Coelho, por sua vez, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no badminton em edição que já tem sido marcante para o País. Na quinta-feira, atletas nacionais já haviam conquistado quatro bronzes na modalidade.
O carioca era um dos favoritos ao ouro. Não por acaso. Ele fora campeão pan-americano da modalidade em 2017 e também no ano passado. Em 2016, foi o primeiro brasileiro a competir no badminton nos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro.
"Ainda não caiu a ficha. Agarrei muito bem as minhas oportunidades, lutei, fui para fora do País, me lesionei esse ano... Conquistar esse ouro foi sensacional", celebrou Ygor, que recordou toda a sua história de dificuldade no esporte na comemoração.
Ygor começou sua trajetória no badminton no projeto social Miratus, criado pelo seu próprio pai, Sebastião, na Comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro. "Agradeço toda a estrutura do Comitê Olímpico do Brasil (COB), à Alessandra, minha psicóloga, que me deu muitos trabalhos mentais, deixou minha cabeça pronta para essa conquista."
Atualmente, o jogador brasileiro vive e treina na Dinamarca, onde conta com o apoio da treinadora local Nadia Lyduch, contratada em uma parceria entre o COB e a Confederação Brasileira de Badminton.