"Quando a gente olha para o Ceará, as perspectivas são positivas", analisa Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri Consultoria, empresa referência em pesquisas sobre futebol. A longo prazo, o economista vê o Alvinegro com possibilidades de superar o Bahia e se tornar a maior força do Nordeste. Entretanto, ressalta a estruturação política como fator determinante para a continuidade da escalada de crescimento.
"O clube tem tudo para se consolidar na Primeira Divisão, algo que é bastante complicado no Brasil. Acho que tem condições de superar o Bahia a longo prazo. O grande problema na gestão do Ceará, que hoje é excepcional de fato, é o modelo associativo que não permite que tenha continuidade", explica.
Para explicitar, o especialista levanta situação hipotética. "Daqui a cinco anos, você pode ter uma gestão desastrosa. Pode vir um presidente que ache, por exemplo, que o clube bem consolidado tem que fazer frente com clubes maiores e fazer loucuras, endividando o clube. É muito comum. Esse é o grande desafio que o Ceará tem pela frente para se tornar um clube que faça frente ao Bahia pelo domínio da Região", exemplifica.
A curto prazo, Fernando afirma que o Bahia seguirá na liderança do Nordeste. O grande trunfo do Esquadrão é justamente a estrutura política. "Está numa situação ascendente, com receitas crescentes e com nível de gestão muito boa. Não existe diretor estatuário. Toda equipe é executiva, remunerada. A estrutura executiva deles garante que consiga evoluir e tenha muito mais condições de buscar (clubes como) o Botafogo e o Fluminense do que ser superado por outro clube". (Lucas Mota)