O futebol feminino deixa de faturar US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 4,8 bilhões) em patrocínios por ano em comparação com o masculino no mundo. Esta é uma das conclusões de pesquisa realizada pela consultoria Brand Finance, empresa independente de avaliação e consultoria de marcas, com escritórios em mais de 25 países. O estudo foi divulgado neste mês.
A consultoria aponta: o caminho para as mulheres reduzirem a defasagem está na busca de contratos do futebol masculino. A audiência do Mundial deste ano, entre 7 de junho e 7 de julho, na França, é um fator que também pode impulsionar essa valorização da modalidade.
"Está claro que existe uma lacuna monumental no mercado de patrocínio de futebol feminino. Acordos recentes são passos na direção certa para utilizar o aumento da popularidade. Como o futebol feminino ganha mais atenção globalmente, após o sucesso da Copa do Mundo, sem dúvida veremos uma mudança mais permanente na dinâmica dos negócios, bem como na dinâmica social do futebol", acredita David Haigh, CEO da Brand Finance.
No Brasil, existem acordos pontuais que apontam uma mudança de cenário. Na semana passada, o Corinthians anunciou a Estrella Galícia, marca de cerveja da Espanha, como apoiadora da equipe feminina. A empresa já patrocinava o time masculino desde 2016. O contrato com o feminino vai até 31 de dezembro de 2021.
As novas plataformas digitais também são um caminho para a valorização, pois permitem que os próprios atletas atraiam clubes e patrocinadores por redes virtuais. "Para crescer, todo esporte precisa se desenvolver e criar atratividade dentro do mercado. É necessário um trabalho de marketing para garantir visibilidade do time feminino para a torcida, por exemplo", afirma José Pedro Mello, CEO da Atletas Now, startup da área esportiva que aproxima atletas, clubes e patrocinadores. "As novas plataformas que estão trabalhando pelo desenvolvimento do esporte contribuem com a questão da visibilidade e do reconhecimento dos atletas", reforçou.