As explicações dadas pelo ex-árbitro e agora diretor da CBF, Leonardo Gaciba, acabaram convencendo. O chefe da Comissão Nacional de Arbitragem da entidade recebeu ontem os dirigentes de Ceará e Fortaleza que foram à sede da CBF, no Rio de Janeiro, reclamar de erros e arbitragem em algumas partidas que disputaram na Série A do Brasileiro.
Notas nos sites oficiais de Vovô e Leão mostraram a satisfação dos clubes com a reunião, que contou também com a presença do presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio. Já os presidentes do clubes cearenses não compareceram, mas foram representados por Raimundo Pinheiro e João Paulo Silva, vice-presidente e diretor financeiro do Alvinegro, além de Marcello Desidério, vice-presidente do Tricolor.
As discussões do encontro, que durou duas horas, forma bem técnicas. Ceará e Fortaleza apresentavam as queixas de lances específicos e Gaciba mostrava as imagens disponibilizadas para análise da arbitragem de vídeo (VAR). O ex-árbitro disponibilizou ainda os áudios das conversas entre as equipes de campo e de cabine de arbitragem.
"O que ficou provado pra gente é que tudo foi erro de interpretação, porque depende de localização das câmeras", disse Pinheiro, representante do Ceará, completando: "Não houve dolo ou má fé". O dirigente ressaltou, no entanto, que isso não elimina o prejuízo do Vovô na partida contra o São Paulo — em que o Alvinegro perdeu por 1 a 0, mas se queixa de pênalti claro do goleiro Tiago Volpi no atacante Felippe Cardoso.
Convencido de que as falhas não foram intencionais, Pinheiro admite a possibilidade de o Ceará retirar a ação que move no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a anulação do jogo contra o São Paulo, mesmo Gaciba tendo reconhecido o direito do clube em protestar desta forma. Procurado, o diretor jurídico do Ceará, Jamilson Veras, disse que ainda hoje haverá reunião para deliberar sobre o assunto.
Além do pênalti não marcado, a CBF admitiu outros erros de arbitragem em partidas de Vovô e Leão, como o segundo gol de Felippe Cardoso sobre a Chapecoense-SC — mal anulado — e a penalidade não marcada sobre Wellington Paulista na partida entre Fortaleza e Botafogo.
"Fizemos ver ao presidente da Comissão de Arbitragem (Gaciba) que o processo do VAR tem que ser cada vez mais transparente. E as análises da cabine devem ser feitas de uma maneira mais clara, para que não fiquem dúvidas para o espectador, jogadores e dirigentes", disse Marcello Desidério, vice-presidente do Fortaleza.
A CBF deixou claro aos dirigentes que não tratará de erros de arbitragem publicamente, mas pretende manter uma relação transparente com federações e clubes, assim como foi feito na reunião de ontem — as agremiações tiveram acesso integral a imagens e áudios.
Ficou acertado ainda, por intermédio da FCF, que Leonardo Gaciba vira à Capital e fará palestra para jogadores, comissão técnica e dirigentes de ambas as equipes cearenses no Brasileirão para apresentar o regulamento do VAR e discutir outros detalhes quanto a conduta da arbitragem.
"Vai servir para tirar as dúvidas dos clubes. Não temos ainda a data certa porque vamos tentar conciliar um dia em que os dois clubes estejam em Fortaleza e que o Gaciba possa se deslocar do Rio de Janeiro para cá para fazer essas palestras", explicou Mauro Carmélio, presidente da FCF. Cada clube receberá em sua sede o evento.
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