Após meses entre as páginas policiais e revistas de fofoca, Neymar, enfim, é notícia da editoria de Esportes. O contexto é mixuruca. Escalado como titular, ele fez o segundo gol do Brasil — e último do jogo — no empate da seleção com a Colômbia, ontem, em Miami, por 2 a 2. É, portanto, um avanço para um atleta que teve de lidar com uma grave acusação (estupro), uma séria contusão e uma interminável negociação em sequência na carreira.
Convocado à revelia de não entrar em campo para uma partida oficial desde 5 de junho, quando se contundiu no amistoso Brasil x Catar, Neymar voltou à seleção com status de "indispensável", título dado por Tite, técnico do time. O atacante ainda do francês PSG — que conseguiu barrar a transferência do atleta para o Barcelona, onde o brasileiro quer jogar — fez boa partida, ocupando diferentes faixas do campo. Foi atacante, ponta, meia, o que o treinador quisesse.
No fim das contas, a atuação de Neymar foi boa, ainda que nada no nível de um suposto terceiro melhor do mundo. O gol, aos 14 minutos do segundo tempo, veio de cruzamento de Daniel Alves, após ótima jogada de Philippe Coutinho. O atacante sofreu ainda pênalti claríssimo de Davinson Sánchez, ignorado pelo árbitro provavelmente pela justa fama de cai-cai do astro brasileiro. O primeiro gol do Brasil, de Casemiro, veio após escanteio batido por Neymar — ou seja, não dá para negar que ele protagonizou o jogo pelo lado brasileiro.
Já entre os colombianos, o destaque foi certamente Muriel. Com os dois gols da partida, que configuraram a virada até o gol de Neymar, ele é o primeiro do país vizinho a marcar dois gols em uma partida contra o Brasil.