Se já era destaque do Brasil na ginástica artística por já ser medalhista olímpico, Arthur Nory agora pode encher o peito e gritar: "Sou campeão do mundo". Neste domingo, o paulista de Campinas conquistou o ouro na barra fixa do Mundial da modalidade, disputado em Stuttgart, na Alemanha.
Com uma apresentação quase perfeita, o atleta de 26 anos aterrissou com uma expressão de extrema felicidade pelo próprio desempenho, que acabou lhe rendendo a nota de 14,900 pontos e o lugar mais alto no pódio na última competição do evento, iniciado em 4 de outubro. O croata Tin Srbic (14,666) e o russo Artur Dalaloyan (14,533) completaram o pódio.
"Treinei a semana inteira essa série, porque queria ganhar esta medalha, ir para cima, fazer o meu melhor. Era o quinto a me apresentar e os melhores estavam na minha frente e fomos vendo a nota. Olhei para o Cristiano [Albino, técnico] e ele disse que a decisão de qual série fazer era minha, mas que me apoiava 100%. Decidi fazer aquela série da forma mais perfeita possível. Aí teve toda a expectativa até o final. Quando vi que estava garantido no pódio, fiquei aliviado e depois foi a felicidade de sair o resultado", disse Nory.
Com o primeiro ouro em mundiais na carreira, Nory engorda seu currículo, que já contava com uma medalha de bronze conquistada no solo na Olimpíada do Rio-2016, se credenciando de vez como um dos favoritos na disputada da barra fixa para os Jogos de Tóquio-2020.
"Foi incrível, nem sei o que dizer", festejou o ginasta. "Não é de agora que eu tenho conseguido bons resultados na barra. Fui quarto do mundo em 2015 e aquele resultado ficou engasgado na minha garganta. Comecei a trabalhar bastante, visando dificultar minha série na barra para a Olimpíada do Rio. Já venho trabalhando todo dia neste aparelho, para que possa evoluir, até porque o foco agora é 2020", comentou.
A vitória em Stuttgart pode representar uma virada na trajetória do atleta, que sequer era cotado para o ouro no Mundial e havia sido superado pelo compatriota Chico Barreto nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em julho deste ano. Antes, em maio, teve diagnosticado um problema crônico no joelho, o que fez com que modificasse sua rotina de treinamentos.
Neste domingo, com um 14,600, Nory passou à final deixando para trás nomes como o holandês Epke Zonderland, um dos grandes favoritos, que acabou caindo nesta fase. No momento crucial, foi o quinto a se apresentar, melhorando sua nota obtida na etapa anterior em três décimos, e teve de esperar que sua marca não fosse superada. No fim, a torcida funcionou e o brasileiro pôde, enfim, comemorar o feito.
Com a láurea, o atleta se junta a Daiane dos Santos, Arthur Zanetti e Diego Hypolito no rol dos brasileiros que já se sagraram campeões do mundo na ginástica. (Agência Estado)
Alegria
"Treinei a semana inteira essa série, porque queria ganhar esta medalha, ir para cima, fazer o meu melhor", contou o ginasta brasileiro após garantir o título mundial