O dia 8 de dezembro vai ficar marcado como a data da maior decepção dos 98 anos de história do Cruzeiro-MG. Neste domingo, o time mineiro foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro com a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras-SP, no Mineirão. Foi a primeira queda do clube. É o pior capítulo de sua história quase centenária — vai completar 99 anos em 2 de janeiro.
Os torcedores se dividiram entre a tristeza e a revolta. Assentos das cadeiras do Mineirão foram quebrados e atirados em direção ao gramado. A Polícia se dirigiu às arquibancadas para conter os atos de vandalismo. Sons de bombas eram ouvidos dentro do estádio do Mineirão. Por conta do tumulto, o jogo foi encerrado antes dos 40 minutos do segundo tempo. Mesmo assim, torcedores corriam assustados com crianças no colo para fugir do tumulto.
O time mineiro chegou à última rodada com a obrigação de vencer o Palmeiras. Além disso, tinha de torcer por derrota do Ceará diante do Botafogo no Rio. Não conseguiu uma coisa, nem outra No estádio do Engenhão, o resultado foi o empate por 1 a 1.
A queda inédita se dá após anos recentes de êxito esportivo, tanto que o clube foi bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 e também faturou duas vezes seguidas a Copa do Brasil, em 2017 e 2018. Além disso, começou a temporada sendo campeão estadual. Mas o fracasso se dá após uma série de erros cometidos dentro e fora dos gramados
Os graves problemas na gestão do Cruzeiro, presidido por Wagner Pires de Sá e tendo Itair Machado como vice-presidente de futebol, vieram à tona no fim de maio. Além de conviver com dívidas que superam os R$ 500 milhões, o clube e sua gestão se tornaram alvo de investigação e inquérito para apurar denúncias sobre falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e possíveis infrações às regras da Fifa e da CBF. (Agência Estado)