Tranquilidade e técnica. Felipe Alves espera que o Fortaleza possa mesclar estes dois elementos de jogo para superar o Independiente em Buenos Aires (ARG), no jogo da ida pela Copa Sul-Americana, na quinta-feira. O "Homem de Gelo", como é conhecido pela torcida tricolor, concedeu entrevista exclusiva para O POVO e falou sobre a experiência de disputar novamente a competição depois de ter sido campeão pelo Athletico-PR, a importância do apoio dos torcedores na Argentina e o lado mental da partida.
A íntegra da entrevista com o goleiro Felipe Alves pode ser conferida no Instagram e no canal do O POVO Online no Youtube. Abaixo você lê os principais trechos do papo com o goleiro do Fortaleza:
O POVO - Felipe, você foi campeão da Sul-Americana pelo Athletico-PR, mas era reserva. No Fortaleza, você disputará como protagonista do time. Existe um sabor especial?
Felipe Alves - É uma competição que todo mundo quer ganhar, fazer história. Para o Fortaleza é uma disputa inédita, mexe bastante. A gente fica muito feliz por estar participando e ter conseguido essa vaga. Vamos fazer de tudo para que a gente chegue o mais longe possível.
O POVO - O Fortaleza já estreia contra uma equipe muito tradicional. Você vê como um fator positivo em termos de visibilidade para uma partida tão importante?
Felipe Alves - Não tem jogo fácil na Sul-Americana. Todo adversário tem seu ponto forte e fraco. Todos os jogos serão difíceis. Por ser mata-mata, cria um clima diferente de um campeonato de pontos corridos. É uma competição muita intensa e pode ser muito curta. Detalhes fazem a diferença. De repente, um empate lá e uma vitória por um gol. Tem o gol fora de casa que te dá a vantagem. Isso mexe muito. A gente tem consciência de que independente do adversário, todos os jogos serão difíceis. Nosso primeiro adversário é argentino, tem essa rivalidade de Brasil e Argentina. Como falei, temos que acreditar no nosso trabalho e colocar em prática o que a gente já faz aqui dentro de nossas competições diante de um grande time. Futebol é 11 contra 11.
O POVO - Qual a importância do lado mental para esse jogo?
Felipe Alves - É um campeonato muito mais mental. De repente você entra para jogar fora de casa e toma gol com dez minutos, se você se desesperar e não tiver mentalmente preparado, pode tomar o segundo e terceiro. Não se reverte uma situação dessa com facilidade. Cada cinco, dez minutos de jogo você pode simplesmente perder a classificação por conta desse desequilíbrio emocional. O fato de ser mata-mata já faz com que seja um campeonato com pressão um pouco maior.
O POVO - A torcida do Fortaleza está prometendo uma invasão a Buenos Aires. Esse apoio do torcedor, fazendo até loucuras para comparecer na Argentina, traz uma motivação extra?
Felipe Alves - Torcedor aqui é o 12º jogador. Torcedor do Fortaleza está presente independente de onde for o jogo, da distância. Você sempre vê o torcedor comparecer de maneira bem honrosa, sempre é casa cheia. Fazem o melhor para incentivar e apoiar. E faz toda diferença em jogo decisivo. Se for para os pênaltis, na hora de reverter o placar jogando dentro de casa, o apoio é de extrema importância. A gente fica feliz que eles compareçam mesmo e que eles façam essas loucuras porque a gente se alimenta muito disso aí também. A gente consegue se identificar através deles.
O POVO - O que você pode falar sobre o Independiente?
Felipe Alves - Time que tem intensidade acima do normal. Não tem bola perdida. Aqui é um jogo mais técnico, pensado. Lá eles usufruem dessa intensidade. Eles têm isso a favor e nós temos a nossa técnica. Por ser mata-mata, como dois jogos, vamos fazer tudo para a decisão fique para o jogo da volta diante do nosso torcedor.
Pergunta do torcedor Emanuel de Nazaré - Você vai ensinar para os seus companheiros como ser um "homem de gelo" para não cair na pilha dos argentinos?
Felipe Alves - Se todo mundo puder usar a tranquilidade, nossas chances já aumentam bastante. Se você tiver calma e tranquilidade, independente da dificuldade, e a gente vai estar bem treinado para superar as dificuldades. Calma nunca é demais.