Jogadores, diretores e executivos remunerados do Fortaleza vão abrir mão de parte do salário para ajudar o clube a conter as despesas durante a crise do novo coronavírus. A ação faz parte da recém-criada Rede de Proteção do Funcionário (RPF).
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A iniciativa busca evitar que funcionários de outros setores do clube (são cerca de 300 no total) acabem sendo prejudicados ou demitidos durante a pandemia que provoca a Covid-19. Assim, os jogadores do Leão vão receber 75% do salário no mês de março, e os outros 25% ficam garantidos para quando a crise aliviar. Em abril, os atletas vão abrir mão de 10% em definitivo e outros 15% provisoriamente, no aguardo da diretrizes que o futebol brasileiro vai tomar.
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"Os percentuais foram discutidos caso a caso, de uma forma que houvesse doação com alguma relevância ao mesmo tempo que não atrapalhasse o custeio de vida das pessoas. Nosso objetivo era criar essa rede de colaboração. Talvez possa inspirar outros clubes, empresas e organizações de fazer o mesmo ou até melhor. Importante é proteger as pessoas", comentou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.
Já os diretores e executivos remunerados vão deixar de receber 15% do salário de abril, em definitivo. Na publicação, o Fortaleza finaliza o comunicado com a frase: "Tudo isso para não precisar demitir ninguém. Se a gente não gosta de perder um jogo, imagine um funcionário".
"Nós temos uma preocupação geral, de como vamos manter uma estrutura pesada, mas acima de tudo a preocupação também com as pessoas mais humildes, funcionários. Preocupação não só minha como da diretoria em geral e começamos a ver maneiras para que não tivesse demissões nesse período. Conversamos com os jogadores, que foram sensíveis à causa, entenderam. Fizeram, inclusive, o pedido para preservar os empregos", explicou o dirigente.
No momento, todos os atletas do Fortaleza treinam em casa, já que o clube está com as atividades suspensas por tempo indeterminado. No começo de abril todos entrarão de férias por pelo menos 20 dias. O Leão negociou com os atletas a redução salarial de forma separada de outras equipes do futebol brasileiro, já que as tentativas coletivas de acordo envolvendo clubes e sindicatos de atletas não foram bem sucedidas.