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Juntos, Ceará e Fortaleza tiveram R$ 22 milhões a menos de receita com paralisação
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Juntos, Ceará e Fortaleza tiveram R$ 22 milhões a menos de receita com paralisação

|Finanças| Ceará e Fortaleza calculam prejuízo da paralisação do futebol até maio e valores mostram tamanho do problema
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Quando maio terminar, os clubes cearenses vão completar 75 dias sem atividades. Nesse período, as receitas que estavam previstas evaporaram e uma crise financeira se instala de maneira fugaz.

Ceará e Fortaleza ainda não se afogaram nessa onda, mas estão com água até o pescoço. Neste mês de maio, Vovô e Leão tiveram menos de 30% dos recursos que entrariam, não fosse a pandemia do coronavírus.

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As duas diretorias já calcularam o tamanho dos prejuízos desses quase dois meses e meio sem futebol. O Fortaleza deixou de arrecadar R$ 9,5 milhões, enquanto no Ceará a perda fica entre R$ 12 milhões e R$ 14 milhões.

Para que se possa medir o impacto desses valores, que notadamente são altos, eles são maiores que os que cada clube da Série B do Brasileiro de 2019 recebeu, de cota de TV.

No Pici, o primeiro mês completo sem atividades, abril, já sofreu com uma queda de 58,70% nas receitas, mas foi em maio que a situação apertou, com esse mesmo dado subindo para 73,75%. Em Porangabuçu, a diretoria estima que nos dois meses houve diminuição de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões em ambos, com alcance de apenas 25% do previsto para maio.

Os problemas são os mesmos. Falta de bilheteria e das demais arrecadações em dias de jogos, falta de vendas em lojas físicas, diminuição nos valores de patrocinadores e cotas de TV (além da Turner ter suspendido os pagamentos), queda na arrecadação do programa de sócios torcedores (mesmo que controlada) e suspensão de receitas que entrariam (como o repasse da Prefeitura).

A situação financeira equilibrada que os dois maiores clubes cearenses viviam serviu de "para raio" para que a pandemia do coronavírus não deixasse ambos arrasados logo de cara, como vem acontecendo com muitas equipes pelo Brasil. Apesar de precisarem renegociar salários, nenhum dos dois recorreu a capital externo até o momento.

Vovô e Leão têm se salvado de maneira diferente. Com superávit nos últimos cinco anos — o de 2019 foi de R$ 5,7 milhões —, o Ceará recorreu principalmente ao caixa que tinha para se manter durante a pandemia, enquanto o Fortaleza apostou mais na força da torcida.

Por meio de doações em programas ao vivo na internet e de compra de produtos em promoções, os tricolores renderam ao clube mais de R$ 1,2 milhão, desde a paralisação, em 17 de março, até aqui. Apesar do valor ser considerável, é pequeno na frente do prejuízo, porém bastante útil.

"O torcedor é quem a gente tem mais a agradecer, porque gerou recursos para o clube nas duas promoções de produtos, na promoção de sócios, na live,tem o pessoal que tá segurando aí no sócio-torcedor, teve quem fez doação voluntária. O torcedor nunca diz não ao Fortaleza, por isso só tenho a agradecer", comentou o presidente do clube, Marcelo Paz.

Junho se aproxima e se mostra como maior desafio. Mesmo que os treinos sejam autorizados, não geram receitas novas e os clubes ainda vão precisar reativar contratos de funcionários para o dia a dia.

 

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