De "tatiquês", o técnico Guto Ferreira já mostrou que entende. O olhar sobre o jogo fez a diferença na conquista do Ceará na Copa do Nordeste. A Orelhuda, contudo, faz parte do passado, e a equipe alvinegra virou a chave para a Série A. Com uma derrota e um empate, "Gordiola" tem um adversário indigesto: o Atlético-MG, em Belo Horizonte, em mais uma batalha de prancheta - desta vez com o competente argentino Jorge Sampaoli.
O que fazer para parar o time do momento no Brasil? A pergunta será respondida somente quando a bola rolar no Mineirão, amanhã, às 11 horas. Antes disso, claro, vamos analisar como o Vovô pode atuar diante do Galo.
O futebol taticamente aplicado do clube do Porangabuçu na Copa do Nordeste ainda não apareceu no Brasileirão. Um dos motivos passa pela parte física. O Ceará enfrentou uma maratona de jogos de alta intensidade no torneio regional. Para estrear na Série A, o elenco precisou viajar para Recife, onde foi derrotado pelo Sport por 3 a 2 com falhas claras do sistema defensivo.
Na retomada a Fortaleza, encarou em casa o Grêmio. A defesa do escrete cearense melhorou em relação ao jogo anterior, voltou a ser um time mais criativo na frente, mas ficou no empate contra o Imortal sem oito titulares. Do lado do Ceará, nomes importantes não jogaram: Klaus, Bruno Pacheco e Vinícius, este uma das peças principais da engrenagem montada por Guto.
Diante dos gaúchos, o déficit físico ficou visível no segundo tempo. Com Guto Ferreira, o condicionamento do time passou a ser arma pela estratégia em campo. A equipe de "Gordiola" tem, entre as características principais, a marcação forte, bloqueio de espaços e linhas aproximadas. Para executar com precisão, a necessidade do aspecto corporal dos atletas é fundamental.
O desafio é enorme contra o Atlético-MG, que desponta neste início de Série A com o melhor futebol. O time comandado por Sampaoli busca o ataque o tempo todo, prioriza a posse de bola e explora a intensidade no ritmo do jogo.
Em busca de pelo menos mais um empate em Belo Horizonte, o técnico tem os retornos importantes de Klaus e Bruno Pacheco, peças importantes do setor defensivo. Vinícius ainda é dúvida para a partida. Com ele em campo, o Ceará tem melhor fluidez na posse de bola e potencializa os arremates próximo à meta adversária e a bola parada.
Caso o trio esteja à disposição, o treinador pode repetir a escalação que engrenou no Nordestão: Prass; Samuel, Klaus, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Fabinho e Charles; Leandro, Vinícius e Fernando Sobral; Cléber. É possível ainda escalar os reservas ou time misto visando os próximos confrontos diante do Vasco e Bahia.
Caso mantenha o time titular, mas sem Vinícius, Guto tem dois caminhos: manter o esquema ou mudar com preenchimento do meio de campo. Foi assim que ele atuou contra o Grêmio, com Fernando Sobral na volância com Charles e William Oliveira - Fabinho, poupado, iniciou no banco. Se mantiver a formação, Sobis e Lima são os candidatos para substituir Vina.
Retornos
O técnico Guto Ferreira contará com o retorno confirmado de dupla importante para o sistema defensivo: Klaus e Bruno Pacheco