Dizer que o Bayern de Munique chegou à final da Liga dos Campeões com uma campanha com 100% de aproveitamento não faz jus ao domínio dos bávaros no — supostamente — torneio mais equilibrado do mundo. Ontem, no estádio José Alvalade, em Lisboa (Portugal), o Lyon aproveitou o status de zebra para tentar equilibrar a partida. O resultado foi um honroso 3 a 0. Na final, marcada para o próximo domingo, cabe ao Paris Saint-Germain (PSG) de Neymar e Mbappé a ingrata missão de tentar parar o Bayern de Robert Lewandowski e cia.
Honroso porque o Bayern vem de um histórico 8 a 2 sobre o superpoderoso Barcelona nas quartas de final. E antes disso, somou 7 a 1 em dois confrontos com o Chelsea. E na primeira fase, fez 24 gols e sofreu apenas 5 nas seis vitórias na primeira fase. Em 10 jogos pela Liga dos Campeões, a única vitória por margem mínima foi na terceira rodada, um 3 a 2 contra o Olympiakos na Grécia.
A média de 4,2 gols por partida parece resquício do meio do século passado, quando esquemas como o 4-2-4 permitiam placares largos. Em fato, o Bayern terminará essa Liga dos Campeões como o melhor ataque da história. E isso apesar de quartas e semifinal terem sido disputadas em jogo único em sede neutra, como medida de segurança em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Contra o bravo Lyon, tal qual contra o Barcelona, a partida começou equilibrada. Os franceses tiverem três boas chances de marcar e cometeram o inafiançável pecado de desperdiçá-las. O Bayern é regido por outro ritmo.
Aos 18 minutos, tal qual seu antecessor Arjen Robben fez tantas vezes, Serge Gnabry recebeu a bola pela ponta direita, cortou para a entrada da área e fuzilou, no ângulo de Anthony Lopes.
Insatisfeito, o Bayern tentou ampliar. E conseguiu aos 33. Lewandowski completou cruzamento de Perisic, Lopes conseguiu impedir o gol, mas a bola sobrou para Gnabry calmamente empurrar para as redes.
No segundo tempo, o Lyon esteve entre o ímpeto de buscar um empate milagroso e o receio de uma goleada histórica. Quando conseguiu pressionar, o veterano Neuer impediu.
Para coroar uma participação histórica na Champions, coube ao polonês Robert Lewandowski a missão de encerrar a conta. O centroavante subiu mais que todos para marcar o terceiro do jogo e o 15º dele no torneio — artilheiro disparado e favoritíssimo ao prêmio de melhor do mundo da Fifa.
O Lyon sai ferido, mas sem ter sido engolido pela máquina do Bayern. Um feito para um time que entrou desacreditado após ter terminado o Campeonato Francês apenas na sétima colocação.
No segundo confronto entre França e Alemanha nas semifinais, melhor para os teutônicos. Países das respectivas nações voltam a se encontrar no domingo, às 16 horas, no Estádio da Luz, em Lisboa. Quem vencer vai conquistar uma Tríplice Coroa (troféu nacional, da Copa e da Champions).
Mas nem um time com Neymar e Mbappé entra como favorito contra o Bayern de Munique.
Jogos do Bayern na Champions
PRIMEIRA FASE
Bayern de Munique 3x0 Estrela Vermelha
Tottenham 2x7 Bayern
Olympiacos 2x3 Bayern
Bayern 2x0 Olympiacos
Estrela Vermelha 0x6 Bayern
Bayern 3x1 Tottenham
OITAVAS DE FINAL
Chelsea 0x3 Bayern
Bayern 4x1 Chelsea
QUARTAS DE FINAL
Barcelona 2x8 Bayern
SEMIFINAL
Lyon 0x3 Bayern