O torcedor voltou a comemorar triunfo do Ceará em uma partida do Brasileirão após mais de nove meses. A retomada do Alvinegro aconteceu justamente contra o Bahia, adversário contra o qual os cearenses seguem invictos em 2020 depois de quatro confrontos. O triunfo baixa a pressão que se iniciava no Porangabuçu e traz confiança para o duelo decisivo na Copa do Brasil, amanhã, contra o Vitória-BA.
O resultado positivo passa por fatores importantes que o time comandado por Guto Ferreira resgatou em campo. Características como a forte marcação, afiada bola parada, transição e eficiência ofensiva — combo do melhor do Vovô na Copa do Nordeste — voltaram a aparecer. O retorno de Vinícius e a utilização do esquema 4-2-3-1 foram fundamentais para o jogo fluir.
Desde que o Brasileirão começou, "Gordiola" não pôde escalar Vinícius por conta de lesão. Ele voltou a atuar na derrota para o Vasco-RJ, mas iniciou no banco de reservas. Sem o meia-atacante, o treinador do Ceará se viu obrigado a mudar o esquema tático, abrindo mão de um articulador e formando um trinca de volantes. Fernando Sobral, até então ponta, foi trazido para compor o meio de campo.
Diante do Bahia, Guto implementou novamente o esquema e viu o Alvinegro subir de produção. Apesar de não ter feito atuação brilhante, o Ceará foi superior ao Esquadrão e eficiente com as oportunidades criadas, algo que faltou nos quatro duelos anteriores na Série A. De quatro finalizações na direção do gol, o escrete do Porangabuçu colocou duas no fundo das redes.
"Nesse momento era muito mais importante o resultado do que a qualidade do jogo. Não foi a nossa melhor partida no campeonato. Fizemos partidas melhores, mas foi a mais importante porque foi essa que representou três pontos", afirmou Guto Ferreira.
Com Fernando Sobral voltando a atuar aberto, o Ceará fortaleceu a transição ofensiva, fechou os espaços na recomposição e deu maior liberdade para outros atletas chegarem ao ataque. Vinícius jogou solto pela faixa central à frente e teve a função de articular a criação do setor, além de ter sido peça crucial na bola parada.
"O posicionamento do Sobral é muito importante. Tem a força para a saída e para a composição defensiva. Faz com que tenhamos uma linha de quatro com três jogadores com muita intensidade e consigamos deixar mais soltos jogadores mais criativos. Sobral é a chave pela situação de fazer três, duas funções dentro da estrutura, tendo a consistência dos dois (volantes) que jogam por dentro. E isso pode trazer liberdade para Vinicius distribuir o jogo, junto aos que chegam de trás", explicou o treinador alvinegro.
Para o duelo decisivo contra o Vitória, Guto preservará o esquema, mas terá pelo menos uma mudança certa. Cléber não pode atuar porque já disputou a Copa do Brasil pelo Barbalha. Com características diferentes, Rafael Sobis terá a missão de substituí-lo. O experiente atacante marcou seu último gol justamente contra o clube baiano, no duelo da ida pelo torneio nacional.