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De longe, torcedores se preparam para Clássico-Rei decisivo
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De longe, torcedores se preparam para Clássico-Rei decisivo

Ausentes das arquibancadas em tempos de pandemia, alvinegros e tricolores mantêm tradições e confiança para assistir à final do Estadual
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Rayanne Jatahy, torcedora do Fortaleza e Luiz Henrique Melo, torcedor do Ceará (Foto: Thais Mesquita e Julio Caesar)
Foto: Thais Mesquita e Julio Caesar Rayanne Jatahy, torcedora do Fortaleza e Luiz Henrique Melo, torcedor do Ceará

Ao soar do apito inicial do árbitro Raphael Claus, hoje, às 21h30min, na Arena Castelão, milhares de alvinegros e tricolores espalhados mundo afora — inclusive aqueles residentes na Capital — vivenciarão a aflição de acompanhar um Clássico-Rei decisivo à distância.

Com os jogos sem público em razão da pandemia de Covid-19, Ceará e Fortaleza se enfrentam na segunda partida da final do Campeonato Cearense sem qualquer torcedor nas arquibancadas do Gigante da Boa Vista pela quarta vez nesta temporada — ainda houve mais uma em Salvador, pela semifinal da Copa do Nordeste.

 

Como os aficionados de Vovô e Leão, acostumados a marcar presença em jogos importantes, assistirão ao duelo de hoje? Como se preparar para festejar um título ser ver a volta olímpica de perto ou para suportar a frustração de perder para o rival sem o consolo das arquibancadas calorosas? O POVO ouviu quatro torcedores dos clubes para tentar entender.

Em tempos de pandemia, os torcedores se organizam para assistir apenas junto a familiares ou em pequenos grupos de amigos para conseguir manter o distanciamento social mesmo no grito de gol. Mas isso não afasta as superstições.

A professora de inglês Stéphanie Sousa, de 23 anos, verá o jogo com dois amigos e já tem protocolo definido. "Nós assistimos juntos ao jogo de ida e, no final da partida, naquela euforia, já combinamos de fazer o mesmo no jogo da decisão porque deu sorte. Vamos repetir até as roupas", revela, aos risos.

Torcedora do Ceará Sporting Club Janaína Queiroz fala sobre como será acompanhar o Clássico-Rei  decisivo longe do estádio
Torcedora do Ceará Sporting Club Janaína Queiroz fala sobre como será acompanhar o Clássico-Rei decisivo longe do estádio (Foto: Arquivo pessoal)

"É bastante diferente (assistir ao jogo em isolamento), a gente está bastante acostumado a estar presente pra empurrar o time e dar o apoio de sempre nos momentos decisivos e, principalmente, nos clássicos", lamenta o estudante alvinegro Luiz Henrique Melo, 19.

A ausência das torcidas nas arquibancadas também influencia no espetáculo, já que não haverá bandeiras, mosaicos ou gritos de guerra para incentivar as equipes dentro das quatro linhas.

"A rivalidade transpira dentro e fora de campo. As duas torcidas vivem aquele momento ímpar, e isso é notório. A falta da torcida em uma decisão como essa deixa o jogo morno, de certa forma", opina a representante comercial Janaína Queiroz, 35, torcedora do Ceará. "A situação que vivemos hoje não permite que a gente esteja no estádio, mas não nos impede de torcer", garante.

A arquiteta Rayanne Jatahy, 27, aponta que as vibrações pela tela da televisão ou pelas ondas do rádio também valem. "A torcida do Fortaleza é algo espetacular. E quando se trata de clássico, o brilho vai além de qualquer coisa. Mesmo longe das arquibancadas, os torcedores estarão presentes passando uma energia contagiante para todos que estarão em campo", diz.

Torcedora do Fortaleza EC, Stéphanie Sousa, fala sobre como será acompanhar Clássico-Rei decisivo longe do estádio
Torcedora do Fortaleza EC, Stéphanie Sousa, fala sobre como será acompanhar Clássico-Rei decisivo longe do estádio (Foto: Arquivo pessoal)

 

E o resultado?

Pelo regulamento do Estadual — que dá vantagem ao dono da melhor campanha — e com o triunfo por 2 a 1 no jogo de ida, em 30 de setembro, o Fortaleza pode levantar a taça até com derrota por um gol de diferença.

"Eu estou otimista. Acho que o Fortaleza tem chances um pouco melhores, pela boa fase que vive", palpita Stéphanie. "Com a vantagem que adquirimos, os palpites são os melhores. Acredito que o Fortaleza sairá com o resultado positivo nessa final", confia Rayanne.

O Ceará, por sua vez, precisa vencer por dois gols de vantagem para se sagrar campeão. "Eu já vi o Ceará surpreender. Clássico é uma caixa de surpresas. Ganha quem estiver focado, com sede e gana de vencer", alerta Janaína.

Ausente do estádio na final de 2018, quando o Alvinegro ganhou os dois jogos e conquistou o título, Luiz Henrique espera ver o mesmo desfecho e aposta no placar necessário: 2 a 0. "O Ceará tem capacidade de reverter esse resultado como vem mostrando nos últimos desafios pela Série A", comenta.

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