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Fortaleza vence o Ceará novamente e conquista o bicampeonato cearense
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Fortaleza vence o Ceará novamente e conquista o bicampeonato cearense

Em um Castelão sem torcida, Tricolor derrota o Alvinegro com gol de Tinga e chega a 43 títulos estaduais na história
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 21.10.2020: Rogerio Ceni abraça jogador Tinga. Comemoração de Campeão do Cearense 2020. Fortaleza x Ceará na Arena Castelão, Final do Campeonato Cearense, jogo 2. Em época de COVID-19.  (Foto:/ Aurelio Alves/ O POVO). (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves FORTALEZA, CE, BRASIL, 21.10.2020: Rogerio Ceni abraça jogador Tinga. Comemoração de Campeão do Cearense 2020. Fortaleza x Ceará na Arena Castelão, Final do Campeonato Cearense, jogo 2. Em época de COVID-19. (Foto:/ Aurelio Alves/ O POVO).

O Fortaleza não passará o atípico ano de 2020 em branco. Com a segunda vitória consecutiva sobre o Ceará, ontem à noite, no Castelão — assim como na final do ano passado —, o Leão se sagrou bicampeão cearense.

O placar de 1 a 0 foi mais que suficiente para o Tricolor faturar mais uma taça de Estadual. O time entrou em campo com a vantagem de poder perder até por um gol de diferença e ampliou essa margem quando marcou o único gol do jogo, com Tinga, já aos 15 minutos do segundo tempo.

Aliás, dez minutos depois do tento, o Clássico-Rei praticamente terminou. O técnico do Vovô, Guto Ferreira, fez muitas alterações no time, poupando peças para os jogos que tem pela frente em Brasileirão e Copa do Brasil, e o restante da partida foi em banho maria, sem nenhuma grande chance de gol.

A vantagem construída pelo Fortaleza, desde a segunda fase até a vitória no primeiro jogo da final, foi crucial para que o time não precisasse de muito esforço para faturar o título. Rogério Ceni armou uma equipe para diminuir os espaços de ataque adversário e sair rápido nos contra-ataques.

Mesmo assim, o Ceará conseguiu pressionar nos início da partida. Foram muitas investidas e duas bolas na trave em 16 minutos. A primeira delas saiu de jogada bem construída. Eduardo começou o lance com um chapéu, passou para Fabinho — que muitas vezes deixava o setor de volância e subia pelo lado direito — e ele rolou para Sobis. O camisa 11 deixou, de calcanhar, para Vina chutar da entrada da área.

A outra foi com o próprio Sobis, que recebeu bola de Léo Chú, dominou com a perna direita e finalizou com a esquerda, carimbando o travessão. O Vovô ainda teria outra boa chance nos minutos finais, em cabeçada de Pagnussat, que Luiz Otávio por pouco não alcança antes de Felipe Alves.

A esta altura, porém, o Fortaleza já havia equilibrado o jogo. Romarinho havia tido oportunidade na grande área, ao receber passe de Carlinhos, mas chutou alto. Tinga também tinha colocado a bola por cima da trave com chute forte de fora da área, aproveitando furada da defesa alvinegra. A melhor chance, porém, fora de um contra-ataque com Romarinho, que ganhou de Pagnussat, invadiu a área e, na saída de Prass, rolou para David. Luiz Otávio evitou que a bola chegasse no camisa 17 do Leão para concluir para um gol aberto.

O segundo tempo começou com panorama semelhante ao primeiro. Ainda correndo atrás, o Ceará teve duas oportunidades de gol desperdiçadas. Na primeira, Léo Chú cruzou e a dupla Sobis e Vina se jogou na bola enquanto ela passava em frente à meta de Felipe Alves. Os dois chegaram menos de um segundo atrasados. Depois, foi a vez de Vina ir à linha de fundo, pela direita e cruzar para Sobis, que não conseguiu acertar o desvio novamente.

O gol do Tricolor saiu no momento menos provável da partida. Quando o Fortaleza, visivelmente, até para evitar o desgaste físico, se arriscava pouco e esperava o melhor momento para atacar. Em descida pela esquerda, Yuri César foi no fundo e tentou cruzar para o meio da área, mas Fabinho colocou o pé na frente. A bola subiu e na queda Tiago Pagnussat usou o peito para recuar ao goleiro. Prass, no entanto, já havia saído do gol e a bola acabou acertando a trave. Na volta, Tinga estava na grande área e só levantou e perna para desviar pro gol.

Com aquele placar, o Ceará teria de fazer três gols para reverter a vantagem, algo que não aconteceu em nenhum dos outros cinco Clássico-Rei em 2020. O time até avançou e tentou alguns cruzamentos na área e chutes de longe, mas, em poucos minutos, Guto Ferreira cedeu ao pragmatismo e concluiu que era melhor pensar no duelo importante contra o Coritiba-PR no fim de semana, pela Série A. Ceni concordou e também poupou o time para enfrentar o São Paulo no domingo, pela Copa do Brasil.

Ao fim da partida, houve volta olímpica tímida no Castelão vazio. O próprio Rogério Ceni declarou que o título também significava desgaste. A festa ficou somente no resto da noite. Hoje, o foco já é outro.

De toda forma, foi o quarto título da Era Ceni, que já dura três anos. O primeiro troféu que levanta sem torcedores por perto, entretanto. "Fico com medo de não conseguir me despedir disso aqui com a casa cheia. Para mim seria uma tristeza muito grande", comentou o treinador, que tem contrato com o Tricolor até fevereiro de 2021 e depois disso, como todo ano, vai pensar se segue ou não no clube. Até lá, é possível que não aconteça a volta do público aos estádios.

Fortaleza 1x0 Ceará

Fortaleza
4-4-2: Felipe Alves; Tinga (Marlon), Roger Carvalho, Paulão e Carlinhos; Felipe (Derley), Juninho, Gabriel Dias e Ronald; Romarinho (Osvaldo) e David (Bruno Melo). Téc: Rogério Ceni

Ceará
4-2-3-1: F. Prass; Eduardo, Pagnussat, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Charles (Ricardinho) e Fabinho; F. Sobral (L. Carvalho), Vina (Baxola) e Léo Chú (Saulo Mineiro); Sobis (Rodrigão). Téc: Guto Ferreira
Local: Arena Castelão, em Fortaleza-CE
Data: 21/10/2020
Árbitro: Raphael Claus-FIFA/SP
Assistentes: Anderson Farias-CE e Eleutério Marques-CE
VAR: José Cláudio Rocha Filho-SP
Cartões amarelos: Vazquez, Juninho (FOR)
Cartões vermelhos: Leandro Carvalho (CEA)
Público e renda: jogo de portões fechados em decorrência da pandemia do novo coronavírus
Gol: 15min/2T - Pagnussat recua de peito para Prass, mas a bola pega na trave e volta. Tinga desvia para o gol

 

 

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