A véspera do jogo contra o Bahia foi movimentada nos bastidores do Fortaleza. Em Salvador, ontem, o departamento de futebol do clube traçou o perfil desejado para o sucessor de Rogério Ceni, mapeou o mercado e entrou em contato com três treinadores, que recusaram assumir o trabalho neste momento, apurou O POVO.
Livre desde a demissão do Athletico-PR, Dorival Júnior, que comandou o Tricolor em 2005, avisou que aguarda oportunidades no exterior. Este foi o mesmo argumento usado por Tiago Nunes, também ex-Furacão e demitido pelo Corinthians-SP em setembro. Por fim, Roger Machado, ex-Bahia, não pretende trabalhar em meio ao cenário da pandemia de Covid-19 no Brasil e prefere comandar apenas uma equipe por temporada.
As conversas foram lideradas pelo presidente Marcelo Paz, que toca o assunto com auxílio do diretor de futebol Daniel de Paula Pessoa e do executivo de futebol Sérgio Papellin. As conversas foram iniciais, para saber a intenção e ouvir ideias dos treinadores, além de explicar o projeto do clube. Foram sondagens, portanto, sem se falar em valores.
Sem intenção de trazer técnico estrangeiro, o Leão busca um nome que aproveite o legado de Rogério Ceni e tenha experiência para lidar com os desafios do restante do Campeonato Brasileiro, pelo menos. Ao mesmo tempo, os dirigentes evitam correr por uma decisão e entendem que deve ser um tiro certeiro para evitar a repetição do cenário de 2019, quando Zé Ricardo foi contratado pós-Ceni e o time caiu de rendimento — e na tabela. O ex-goleiro voltou menos de dois meses depois.
Sem pressa, o Fortaleza pretende manter a análise de nomes no mercado disponíveis para o cargo. Agentes e intermediários oferecem dezenas de opções à cúpula do clube, mas quase todos fora do perfil traçado.