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Número de casos de Covid-19 nos clubes dispara e liga alerta na CBF
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Número de casos de Covid-19 nos clubes dispara e liga alerta na CBF

Equipes do Brasileirão, inclusive Ceará e Fortaleza, têm aumento de infectados pelo novo coronavírus. CBF vê foco dentro dos clubes e quer conter onda
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Marquinhos, da seleção brasileira, realiza teste
 (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF Marquinhos, da seleção brasileira, realiza teste

Desde o anúncio da paralisação do futebol brasileiro em razão da pandemia de Covid-19, na segunda quinzena de março, havia o receio de contaminação em massa entre jogadores e funcionários dos clubes a partir da retomada dos jogos. Oito meses depois, o cenário atual é justamente aquele temido, com o disparo de casos do novo coronavírus nos clubes da Série A. Nas últimas duas semanas foram mais de 50 confirmações.

Logo no início das quatro divisões do Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) precisou adiar jogos de Goiás, CSA-AL, Imperatriz-MA e Guarany de Sobral, por exemplo, pelo alto número de infectados nos elencos. Há dois meses, após partida no Equador pela Copa Libertadores, o Flamengo-RJ perdeu 16 jogadores e precisou enfrentar o Palmeiras-SP com vários atletas das categorias de base.

Na intensa rotina entre treinos, viagens e jogos Brasil afora, os clubes cearenses da elite também não escaparam. No início deste mês, o Ceará viu o zagueiro Eduardo Brock e o meia Vina testarem positivo. Na sequência, os atacantes Osvaldo e Yuri César, do Fortaleza, foram infectados. Nesta semana foi a vez do zagueiro Paulão. Ontem, o Alvinegro confirmou mais três casos: Saulo Mineiro, Gabriel Lacerda e André Luiz.

Os clubes seguem os procedimentos médicos guiados pelo protocolo da CBF e fazem testes regularmente, 72 horas antes de cada partida. Após problemas com testagem no início das competições, a entidade nacional alterou o modelo e passou a exigir que os clubes mandantes enviem os resultados até 24 horas antes dos jogos, enquanto os visitantes devem repassar 12 horas antes da viagem.

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No entanto, diante da flexibilização do isolamento social nos Estados, com a reabertura de estabelecimentos, os atletas voltaram a conviver em outros ambientes além do clube — em determinados casos, sem os devidos cuidados. No Fortaleza, o atacante Osvaldo recebeu advertência dos dirigentes, enquanto o volante Felipe foi multado. Também ocorreu quebra do distanciamento em outros clubes, como Arboleda, do São Paulo, e Ramires, do Palmeiras-SP, flagrados em aglomerações sem máscara.

No futebol paulista, aliás, o cenário se agravou de forma rápida nas últimas duas semanas. Adversários do Ceará na Copa do Brasil — oitavas e quartas de final, respectivamente —, Santos-SP e Palmeiras foram os mais afetados. O Peixe teve 11 jogadores e mais alguns funcionários — entre eles, o técnico Cuca — contaminados pelo vírus, enquanto o Verdão perdeu 15 atletas pelo mesmo motivo. Atlético-MG, Coritiba-PR e Vasco da Gama-RJ são outros clubes com muitos desfalques por Covid-19.

O POVO apurou que a diretoria da CBF reuniu ontem o presidente da Comissão Médica, Jorge Pagura, e alguns presidentes de federações estaduais para apresentar o cenário de momento e discutir soluções. De acordo com o jornalista Paulo Vinicius Coelho, do Grupo Globo, os médicos da Confederação concluíram que o aumento de casos ocorre dentro dos próprios clubes, e não pelos confrontos entre as equipes.

Os dirigentes evitam falar em paralisação do Brasileirão e avaliam que houve relaxamento no controle do isolamento social dos atletas por parte dos clubes. A CBF deve divulgar o estudo e repassar novas orientações às agremiações em breve para tentar controlar a onda de infecções.

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