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Como Chamusca mudou o Fortaleza em duas semanas no comando
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Como Chamusca mudou o Fortaleza em duas semanas no comando

Apesar de afirmar que pretende manter o modelo de jogo, o novo comandante tricolor diz que pretende criar alternâncias para utilizar em campo; Ele deve usar o distanciamento entre as próximas partidas para treinar essas alterações
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Felipe Alves será mais uma vez titular no Clássico-Rei deste sábado 
 (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO Felipe Alves será mais uma vez titular no Clássico-Rei deste sábado

Parece mais tempo, mas Marcelo Chamusca só vai completar duas semanas como técnico do Fortaleza na sexta-feira, 27. Até lá ele terá comandado o clube em quatro jogos oficiais e isso não é o mais surpreendente.

Mesmo com poucos treinos, uma viagem com a delegação para o Rio de Janeiro e o perde-ganha recente de atletas — chegaram reforços, mas alguns jogadores se lesionaram ou foram diagnosticado com Covid-19 —, o novo técnico do Leão já conseguiu imprimir mudanças no estilo de jogo do Leão e outras estão por vir.

“Eu já falei que não pretendo fazer mudanças muito drásticas, mudar sistema, tentar implementar conceitos, que precisam de tempo para que os jogadores assimilem e a gente não vai conseguir treinando um ou dois dias, como está sendo hoje. Eu pretendo ter uma alternância. A ideia de jogar, o modelo de jogo, a gente vai preservar, até pelo pouco tempo que a gente tem pra treinar, mas tem algumas situações que acho que a gente pode melhorar”, explicou Chamusca, na coletiva após a vitória sobre o Botafogo, por 2 a 1, a primeira do Leão sob seu comando na Série A — e dele na competição na carreira.

De fato, o legado tático deixado por Ceni ainda está muito presente. As bolas longas, a velocidade explorada nas jogadas de ataque, o uso de dois volantes que saem para o jogo e outras situações permanecem, porém é impossível não notar as primeiras mudanças. Com exceção do jogo contra o São Paulo, em que a formação e estratégia foi bastante semelhante à que Ceni tinha feito nos jogos da Copa do Brasil, com leves ajustes, nos outros dois jogos com Chamusca o time começou a tomar novo rumo.

A utilização de um meia provavelmente é a alteração mais fácil de se identificar. Marlon e Vázquez têm desempenhado a função. No entanto, a diretoria foi buscar João Paulo na Ponte Preta para ser a principal opção. Ao lado de Romarinho, que joga mais solto, vindo por trás dos dois atacantes, a tendência é que o time ganhe em organização e criatividade pelo meio, algo que não era tão explorado.

"No último jogo (refere-se à partida contra o Vasco) a gente usou uma estratégia que funcionou bem, que foi atacar mais o corredor central, já que o Vasco jogava com uma última linha de cinco, na linha de defesa. Os dois volantes saíam muito para pressionar os nossos (volantes), então a gente começou a jogar ali e teve um percentual grande de jogadas construídas naquele setor", destacou o treinador.

O ataque do Fortaleza foi muito marcado pelos pontas velocistas, mas com Chamusca — até mesmo pelo afastamento de Osvaldo e Yuri César após o diagnóstico positivo para Covid-19, quando o técnico chegou — os atacantes têm avançado mais por dentro. David e e Bergson estão se entendendo bem assim e os gols têm saído.

Quanto às transições rápida da defesa para o ataque, ainda acontecem, mas o novo técnico entende que isso não deve ser uma constante. “Em determinados momentos do jogo, tem horas que tem que ser direto, até porque temos jogadores que atacam bem a última linha e que têm característica de transição, mas vai ter alguns jogos que a gente vai ter uma circulação melhor nos corredores", disse.

Por fim, é notório também que Felipe Alves diminui bastante a participação na construção de jogadas. Ele continua sendo uma opção de linha a mais, até pela habilidade que possui em jogar com os pés, mas está mais contido em sua área.

Chamusca pretende utilizar o espaçamento maior que terá entre as próximas partidas para consolidar as mudanças que quer ver no jogo do Leão. A maior "folga" será de dez dias, entre o duelo contra o Corinthians-SP para o jogo diante do RB Bragantino-SP.

“Dez dias vai ser um tempo muito interessante para a gente criar essas alternâncias que eu falei, mas não é o suficiente para mudar toda uma mecânica já estabelecida (...) por um treinador que já estava há muito tempo no clube e o elenco foi construído, moldado para essa mecânica. Então a gente tem que ter, primeiro, sensibilidade onde a gente vai mexer, segundo, esse tempo que vai ser interessante para criar essas alternâncias e, terceiro, sentir a assimilação dos jogadores", projeta comandante tricolor.

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