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Ceará não intervirá em possível pedido de anulação de jogo contra o São Paulo
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Ceará não intervirá em possível pedido de anulação de jogo contra o São Paulo

Gol anulado é o centro da polêmica arbitragem no empate em 1 a 1 entre Ceará e São Paulo. Vovô se diz indiferente e que acatará qualquer eventual decisão da Justiça
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Árbitro Wagner do Nascimento Magalhães anulou, confirmou e anulou de novo um gol
 (Foto: Julio Caesar)
Foto: Julio Caesar Árbitro Wagner do Nascimento Magalhães anulou, confirmou e anulou de novo um gol

A diretoria do Ceará Sporting Club vai acompanhar à distância a conduta do São Paulo sobre a polêmica arbitragem do empate em 1 a 1 entre as duas equipes, no Castelão, e o possível pedido de anulação da partida. O Alvinegro diz não ter qualquer interesse em intervir na postura do Tricolor Paulista na Justiça Desportiva.

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Cabe ao São Paulo acionar a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), solicitando a anulação da partida. Desta forma, o órgão decidirá se arquiva o pedido ou apresenta denúncia para o caso ir a julgamento.

Até o momento, o São Paulo não confirmou oficialmente qualquer ação sobre o assunto, mas o diretor de futebol do clube, Raí, já deixou claro que o Tricolor cobrará explicações. "O erro é o que aconteceu quando autorizou a partida. Está na regra. O São Paulo tem que ir atrás dos seus direitos e esclarecer todas as dúvidas que ficaram no ar", comentou Raí após o jogo contra o Ceará.

Ontem, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou nota em que aponta que houve falha de comunicação entre o VAR Paulo Roberto Alves Junior e o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, após intervenção paralela do quarto árbitro.

Procurado pelo O POVO, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, afirmou que o Alvinegro não vai ser contrário a qualquer decisão relacionada à anulação do confronto. "Jogo pelos três pontos. Se tiver que jogar de novo acho excelente", comentou.

O embate entre Ceará e São Paulo pode ganhar uma tensão ainda maior caso a partida seja anulada porque impactaria mais clubes na briga pelo título e contra o rebaixamento. O Tricolor, que está na parte de cima da tabela, viu o Atlético-MG abrir quatro pontos de vantagem na liderança . Caso os paulistas tivessem vencido, a diferença seguiria em apenas dois pontos e o time assumiria a segunda colocação, tendo três jogos a menos.

Já o Vovô abre a 23ª rodada em 15º, com 26 pontos, dois de vantagem sobre a zona de rebaixamento. Uma vitória contra o São Paulo teria feito a equipe de Porangabuçu abrir quatro pontos do Z-4.

O lance de toda a polêmica é o gol anulado de Pablo para o São Paulo. No momento do tento, o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães assinalou corretamente o impedimento com o auxílio do bandeirinha. Entretanto, ao consultar o VAR, ele voltou atrás na decisão e valida o gol. Na sequência, o árbitro autorizou o reinício da partida, mas poucos segundos depois voltou atrás para anular o gol.

O possível pedido do São Paulo seria motivado por erro de direito, quando o árbitro erra na aplicação da regra. No caso, ele não poderia anular o gol após ter autorizado o reinício da partida.

Especialista em direito desportivo, Breno Gondim avalia como difícil o cenário de anulação da partida devido aos precedentes de casos semelhantes. No ano passado, o Botafogo-RJ pediu a anulação do jogo contra o Palmeiras-SP, na Série A, por entender que houve erro de direito. Na ocasião, o STJD indeferiu o pedido.

"É uma chance quase zero em termos de precedentes julgados. Mas vai depender das provas produzidas na denúncia, o vídeo da partida, os áudios do pessoal da cabine do VAR. A gente viu claramente que o juiz deu reinício e logo após coloca a mão no ouvido e volta atrás na decisão", analisa.

Segundo Breno, a regra diz que o VAR não pode mais interferir depois do reinício da partida. "Isso pode gerar punição para ele (árbitro), assim como a anulação da partida. Perante o STJD, poucos casos foram anulados", completou.

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