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Com novo perfil, Ceará chega a quase R$ 9 milhões investidos em jogadores em 2020
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Com novo perfil, Ceará chega a quase R$ 9 milhões investidos em jogadores em 2020

Alvinegro distribui montante para número maior de atletas, prioriza jovens e garante fatias dos direitos econômicos visando vendas futuras
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Pagnussat marcou gol na reestreia pelo Ceará na goleada sobre o Guaraju (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Pagnussat marcou gol na reestreia pelo Ceará na goleada sobre o Guaraju

Os longos anos de recuperação financeira e as duas temporadas seguidas lutando contra o rebaixamento na Série A levaram o Ceará a adotar nova postura no mercado da bola em 2020: investir em atletas — jovens, de preferência — que possam gerar lucro futuro após conseguirem dar retorno técnico.

A partir das vendas de Arthur Cabral, Everson e Felipe Jonatan e das compras de Leandro Carvalho e Wescley, o Vovô se mostrou ativo nas transações por direitos econômicos. As duas aquisições custaram R$ 8 milhões no ano passado: o atacante, ex-Botafogo-RJ, foi comprado por R$ 3,6 milhões, enquanto o retorno do meia do futebol japonês custou R$ 4,4 milhões.

Os dois atletas viraram exemplos de investimentos de risco. Leandro Carvalho conviveu com oscilações e alto número de cartões, enquanto Wescley sofreu com lesões e se ausentou dos gramados várias vezes neste período.

Para a atual temporada, com as chegadas do executivo Jorge Macedo e o gerente Sérgio Dimas no departamento de futebol, o Alvinegro mudou o perfil e distribuiu o montante para aquisição de atletas, conseguindo ter mais fatias de direitos econômicos e com possibilidade de ter retorno financeiro em novas negociações.

"É também para dar um pouco mais de paz para o clube em termos de pressão. Já é difícil permanecer na Série A. A gente tem sido muito conservador. Nosso estilo de gestão é de responsabilidade. Eu sempre disse que se o Ceará caísse, cairia de pé, diferente(mente) de clubes que caem deitados e não se levantam mais. Não estamos fazendo loucura, nada que não esteja na ponta do lápis", explicou o presidente Robinson de Castro, em entrevista exclusivo ao O POVO no início deste ano.

Em 2020, o Ceará desembolsou valores por sete atletas e, até aqui, utilizou R$ 9 milhões. A mais recente transação foi pelo zagueiro Tiago Pagnussat, que custou R$ 600 mil aos cofres alvinegros destinados ao Bahia, por 60% dos direitos. A aquisição foi acelerada em razão de uma proposta do futebol tailandês recebida pelo defensor.

O camisa 3 foi o único atleta na casa dos 30 anos que demandou investimento do Vovô. Outras peças mais experientes do elenco, como Fernando Prass, Vina e Rafael Sobis — que já deixou o clube rumo ao Cruzeiro-MG —, estavam livres no mercado e vieram com o custo de luvas e salários.

Charles (24 anos), Marthã (23), Cléber (24), Saulo (23) e Mateus Gonçalves (26) são mais jovens, com características e idades que podem despertar o interesse de clubes do exterior em vendas futuras. Além deles, a contratação do lateral-esquerdo Bruno Pacheco, de 28 anos, também movimentou as finanças do clube.

As boas atuações individuais e o desempenho coletivo da equipe fazem o Alvinegro virar alvo do mercado da bola. Fernando Sobral e Vina, por exemplo, já entraram na mira do Internacional-RS para a próxima temporada. Após ser decisivo na Copa do Nordeste, Cléber também foi cobiçado e ganhou novo contrato, com multa rescisória maior. Charles também já foi motivo de sondagem de outras equipes.

Compras de direitos econômicos pelo Ceará 

- Charles: R$ 3 milhões por 50% dos direitos;
- Bruno Pacheco: R$ 2,3 milhões por 40% dos direitos;
- Mateus Gonçalves: R$ 2 milhões por 40% dos direitos;
- Tiago Pagnussat: R$ 600 mil por 60% dos direitos;
- Marthã: R$ 500 mil por 80% dos direitos;
- Saulo Mineiro: R$ 300 mil por 35% dos direitos;
- Cléber: R$ 150 mil por 15% dos direitos (junto ao Ferroviário)

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