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Às vésperas de duelo decisivo, Fortaleza vive indefinição e dia tenso nos bastidores
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Às vésperas de duelo decisivo, Fortaleza vive indefinição e dia tenso nos bastidores

Do pedido de mudança de horário à chance de alteração de cidade-sede da partida, Tricolor, FCF e CBF tentam contornar situação para Governo liberar jogos de futebol à noite
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Fortaleza insiste em manter o jogo na Arena Castelão, onde o "fator casa" pesa (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Fortaleza insiste em manter o jogo na Arena Castelão, onde o "fator casa" pesa

Enquanto o treino rolava no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici, em preparação para o duelo decisivo diante do Bahia, o Fortaleza vivia clima tenso nos bastidores. Durante o dia de ontem, o Tricolor se envolveu na discussão de possibilidades de mudança de horário e até de local da partida válida pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, e viu a definição pelo Governo do Estado ser postergada para hoje.

Se no campo o técnico Enderson Moreira trabalhava questão táticas e testava situações para o próximo  (e decisivo) compromisso, à beira do gramado o presidente Marcelo Paz se dividia entre ligações e mensagens de texto no celular para ficar a par e tentar resolver o imbróglio. O restante da cúpula do Leão também se movimentava em uma tentativa de chegar a um consenso.

O impasse teve início na noite da última quarta-feira, 17, a partir da publicação do novo decreto de medidas de combate à pandemia, que prevê toque de recolher das 22 horas até as 5 horas do dia seguinte. A mudança afeta jogos iniciados às 21 horas, por exemplo — caso do confronto tricolor de amanhã, 20 —, que se encerram por volta das 23 horas.

A solução inicial indicada por Federação Cearense de Futebol (FCF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) era a alteração do horário da partida, com a anuência da emissora detentora dos direitos de transmissão. A entidade máxima do futebol nacional, entretanto, viu o risco de abrir precedente para mudanças nas tabelas das competições a partir de decretos de estados e municípios e decidiu não ceder.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), também não pretende liberar exceções ao toque de recolher. O plano B, então, passou a ser transferir o jogo para Natal, no Rio Grande do Norte. A possibilidade não agradou aos tricolores, que pretendem fazer valer o fator casa em um jogo decisivo para a permanência na Série A da próxima temporada. Os torcedores se mobilizaram nas redes sociais por uma posição flexível do Estado.

Os departamentos jurídico e de competições da CBF mantiveram contato com o Governo do Estado ao longo do dia para tentar costurar acordo. Membros do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 também foram consultados sobre a situação. A decisão final sobre o caso deve, enfim, ser tomada na manhã desta sexta-feira — e a mudança de sede da partida passou a ser uma hipótese remota.

Em meio à indefinição nos bastidores, o objetivo no Pici é manter o foco nas quatro linhas para tentar vencer o time baiano e se garantir na elite do futebol nacional em 2021.

"A gente espera enfrentar um adversário difícil. O elenco do Bahia é um elenco muito qualificado, tem grandes jogadores e jogadores decisivos. Independentemente da situação que eles vivem, temos que olhar esse jogo de uma ótica diferente. Para a gente é uma final de campeonato. Vamos estar em casa e temos que nos impor", avisou o volante Juninho, que já defendeu o Esquadrão de Aço.

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