Logo O POVO+
Com prejuízo de cerca de R$ 4 milhões, Clássico-Rei chega à 7ª edição seguida sem torcida
Esportes

Com prejuízo de cerca de R$ 4 milhões, Clássico-Rei chega à 7ª edição seguida sem torcida

Estudo estima valor perdido por Ceará e Fortaleza nos seis jogos entre si sem presença de público em 2020. Novo duelo ocorre amanhã, no Castelão, pelo Nordestão
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Castelão tem mais de 1400 cadeiras quebradas em 2022 (Foto: Aurélio Alves/O POVO)
Foto: Aurélio Alves/O POVO Castelão tem mais de 1400 cadeiras quebradas em 2022

O mar de cadeiras vazias que comportam quase 60 mil pessoas nas arquibancadas da Arena Castelão será novamente anfitrião do principal clássico do Estado. Pela sétima vez consecutiva, desde julho de 2020, Ceará e Fortaleza se enfrentarão amanhã, pela Copa do Nordeste, sem presença de público. Juntas, as agremiações já amargam prejuízo que chega a R$ 4 milhões pela ausência de torcedores nos Clássicos-Rei.

O estudo para O POVO foi realizado pela Stadiumetric, empresa de consultoria para clubes e empresas esportivas em áreas como precificação de ingressos e planos de sócio-torcedor. A estimativa, referente a valores de bilheteria e bares — ou seja, o montante total da operação do jogo —, leva em consideração preço do ticket médio, média de público, importância do jogo, influência dos programas de sócios dos clubes e média de consumo dos torcedores na temporada 2019 — a última que teve presença de público nos estádios por completo.


Dos sete clássicos realizados em 2020, seis não tiveram torcedores nas arquibancadas em razão da pandemia de Covid-19. Foram três pelo Campeonato Cearense, um pela Copa do Nordeste e dois pelo Campeonato Brasileiro. O duelo pelo Nordestão, inclusive, foi disputado em Salvador. Como cada clube seria mandante de três partidas, os prejuízos passam R$ 2 milhões tanto para o Alvinegro quanto para o Tricolor, totalizando R$ 4.243.507.

LEIA MAIS

A Stadiumetric considera que, por jogo, diante do maior rival, o Vovô faturaria R$ 715 mil com venda de ingressos, alimentação e bebida, enquanto o Leão arrecadaria R$ 698 mil com os mesmos fatores. Além do impacto direto nos dias de jogo, a ausência de público também influenciou no número de sócios.

"Vale lembrar que a pandemia também impactou, de forma bastante importante, a base de adimplentes dos programas de sócio-torcedor. Estima-se que a queda no número de sócios adimplentes seja algo entre 50% e 65% quando comparado aos momentos mais importantes, na visão do torcedor, da agenda esportiva do clube", pondera Paulo Zago, sócio da empresa paulista, que já prestou serviços para LiveMode, São Paulo, Flamengo-RJ, CBF e Conmebol, além do Fortaleza.

Nos confrontos sem torcedores nas arquibancadas, foram três vitórias para cada lado. O Ceará conseguiu levar a melhor na semifinal da Copa do Nordeste e ganhou as duas partidas pela Série A, enquanto o Fortaleza ficou com os três confrontos do Estadual (incluindo as finais). Às vésperas de mais um encontro com o Castelão vazio, a expectativa é pelo retorno do público a partir da vacinação contra a Covid-19. A possibilidade de bater o maior rival ainda no início da temporada garante ânimo extra para os dois lados, reforçado pela cobrança dos torcedores.

"Esperamos que isso passe o mais rápido possível, todo mundo tomando a vacina. E também a gente fica muito triste jogando sem a torcida. Está sendo muito ruim. Ainda mais o torcedor do Leão, que lota o estádio, faz grandes festas. Não vejo a hora de voltar torcida. Quando voltar, a gente sabe que vai ser o estádio lotado todos os jogos. Todo mundo vai estar feliz e esperançoso por esse dia chegar. Esperamos que seja até o final do ano", admitiu o lateral-direito Tinga, do Fortaleza.

"É muito importante começar vencendo, mas para vencer passa por vários fatores determinantes. O trabalho no dia a dia, a determinação que a gente emprega em fazer o nosso melhor, isso que vai fazer a gente fazer uma boa partida e poder sair com a vitória. A gente sabe que isso mexe não só com o jogador, mas, principalmente, com o torcedor também, porque ninguém quer perder. Nós não somos diferentes, o nosso foco está total nessa partida", garantiu o zagueiro Luiz Otávio, do Ceará.

Números do prejuízo nos Clássicos-Rei

Ceará

  • Público médio: 39.308 pagantes
  • Ticket médio (2019): R$ 16,00
  • Bilheteria: R$ 628.925
  • Alimentos e Bebida: R$ 86.699
  • Total do matchday: R$ 715.623

Fortaleza

  • Público médio: 49.197
  • Ticket médio (2019): R$ 12,00
  • Bilheteria: R$ 590.367
  • Alimentos e Bebida: R$ 108.512
  • Total do matchday: R$ 698.879

Fonte: Stadiumetric

Made with Flourish

Made with Flourish
O que você achou desse conteúdo?