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Como a limitação de trocas de técnicos nas Séries A, B e C deve afetar o planejamento dos clubes
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Como a limitação de trocas de técnicos nas Séries A, B e C deve afetar o planejamento dos clubes

Com placar de 49 a 11, equipes foram favoráveis à nova regra do futebol brasileiro. Ceará e Fortaleza votaram contra, enquanto Ferroviário e Floresta aprovaram
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CBF realizou Conselho Técnico das Séries A, B e C (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF CBF realizou Conselho Técnico das Séries A, B e C

Além da divulgação das tabelas básicas das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro de 2021, a CBF trouxe outra novidade para a atual temporada: a limitação na contratação e demissão de técnicos. A nova regra obriga os 60 clubes das três principais divisões a repensarem a política de comando técnico, uma vez que não será mais possível exagerar nas trocas de comando no decorrer dos certames. O limite de treinadores, porém, não será utilizado na Série D, que continua nos moldes tradicionais.

Com a mudança nas Séries A, B e C, cada equipe só poderá substituir um técnico por demissão. Caso dispense um segundo, terá de disputar a competição até a última rodada com um interino que já esteja no clube há pelo menos seis meses. A regra também vale ao contrário. O profissional só poderá assumir um segundo time após pedir demissão. Caso opte por sair novamente, não poderá aceitar proposta de outro clube na mesma divisão. 

Importante ressaltar que, caso o técnico peça demissão, o clube não será punido. E o treinador também não fica limitado caso seja a agremiação quem encerre o contrato. Na prática, se uma equipe já teve dois treinadores, mas demitiu um e o outro saiu por decisão própria, um novo profissional pode ser contratado. Da mesma forma, ser demitido duas (ou mais) vezes não impede que um treinador comande outra equipe.

A limitação de técnicos fará com que os clubes tenham de traçar novo tipo de planejamento, visto que o ideal seria começar com um técnico em estágio avançado trabalho, até para minimizar a possibilidade de troca no meio da competição. Além disso, a regra pode potencializar as demissões na época dos campeonatos estaduais, pois as diretorias poderão assim evitar começar o Brasileirão com um técnico desgastado no cargo.

Somando as 60 equipes de Séries A, B e C, foram 49 votos a favor e 11 contra a medida. A única disputa acirrada foi na Série A, com placar de 11 a 9. Na Série B foi 18 a 2, enquanto na Série C a escolha foi unânime. Os números da votação indicam que 81% dos clubes foram favoráveis. Na votação da elite do futebol nacional, Ceará e Fortaleza foram contrários. Já na terceira divisão, Ferroviário e Floresta apoiaram a proposta. 

Os clubes cearenses têm (longo) histórico de trocas de comando no Campeonato Brasileiro. Na Série A de 2020, o Fortaleza teve três técnicos: Rogério Ceni, Marcelo Chamusca e Enderson Moreira; enquanto o Ceará permaneceu o certame todo com Guto Ferreira. Um ano antes, em 2019, o Leão teve Ceni e Zé Ricardo. Já o Vovô foi comandado por Enderson Moreira, Adilson Batista e Argel Fucks. Segundo levantamento do núcleo de dados do portal GE, o Leão é o líder (56) e o Ceará o terceiro colocado (53) em números de equipes de comando diferentes desde 2003, início da era de pontos corridos.

Na Série C de 2020, o Ferroviário teve somente Marcelo Vilar como técnico. O mesmo ocorreu com o Floresta na Série D, que foi treinado por Leston Júnior. No ano anterior, o Tubarão da Barra teve três treinadores: Marcelo Vilar, Leandro Campos e Marcelo Veiga. Já o Verdão da Vila Manoel Sátiro foi comandado por Paulinho Kobayashi e Raimundinho.

A mudança, em tese, obrigará os clubes cearenses a diminuírem a intensidade da dança das cadeiras. Ainda que se abram brechas, é necessário pensar em apostas certeiras para não comprometer o desempenho na principal competição da temporada.  

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