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Com ênfase na força, departamento físico do Ceará garante time preparado para sequência de jogos
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Com ênfase na força, departamento físico do Ceará garante time preparado para sequência de jogos

Preparador físico do Vovô, Eduardo Ballalai diz que o time está preparado para duas partidas por semana e relata como o trabalho de força é crucial na metodologia de trabalho do clube
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Apesar de recém-chegado, Mendoza mostrou recebeu elogios pela trabalho físico (Foto: Stephan Eilert/cearasc.com)
Foto: Stephan Eilert/cearasc.com Apesar de recém-chegado, Mendoza mostrou recebeu elogios pela trabalho físico

Nos próximos sete dias o Ceará vai disputar três partidas, com direito a viagem de ida e volta para a Argentina. Se passar pelo Vitória-BA no sábado, no duelo único pela semifinal da Copa do Nordeste, a maratona se estenderá por mais duas semanas, com outra rota internacional, desta vez com jogo na altitude de La Paz, na Bolívia.

Diante deste cenário, o desgaste físico dos atletas vira preocupação. Com o Campeonato Cearense parado e o time entrando apenas na ainda vindoura terceira fase da Copa do Brasil, os últimos duelos têm tido pelo menos uma semana de espaçamento. O preparador físico do Vovô, Eduardo Ballalai, porém, garante que o aumento no número de jogos não vai mudar muito a rotina de treinos do elenco.

“Nós estamos preparados desde o começo para dois jogos na semana, nosso dia a dia foi sempre para isso. Pela questão da pandemia, o Governo parou o Estadual e estamos jogando uma vez por semana, mas os atletas estão preparados para aguentar dois com tranquilidade”, afirmou o preparador físico, ao O POVO.

Ballalai admite que o desgaste vai ser maior e que o foco deve se voltar à recuperação, mas destaca que o clube possui “uma metodologia de trabalho montada de alguns anos para cá que já está muito firme e ajustada”, por isso não crê em maiores problemas.

Dentro dessa metodologia, que consiste numa integração dos setores de fisiologia, fisioterapia, parte física e nutrição, um elemento muito importante é a força. Ballalai diz que esse tipo de treinamento é uma base da preparação física do Ceará há alguns anos, mas alguns novatos estranham. “Os que chegaram recentemente, que não tinham esse tipo de abordagem na preparação física, sentem, mas já estão no período de adaptação. Você vê vários exemplos que assumiram titularidade agora e estão dando conta do recado, estão aguentando os 90 minutos com alta intensidade”, disse.

A força que o departamento físico tanto busca nos atletas não se resume à mudança de biotipo. “Não é ser fisiculturista, é uma força específica do futebol. Se tiver só massa muscular, mas não tiver velocidade e força específica, de nada adianta”, explica o preparador, que atua mais na sala de musculação, controlando as cargas.

Para adquirir essa força específica, porém, não basta apenas “puxar ferro”. “Os treinamentos são muito linkados (interligados), não é só o de força em si (na academia), é o treinamento de campo, onde a gente usa potência, velocidade, treinamentos específicos de futebol”, relata. Como principais exemplos dessa característica que o clube busca para todos os jogadores, Ballalai cita Fernando Sobral, Luiz Otávio e até mesmo os recém-chegados Messias e Mendoza. Atletas que dificilmente demonstram cansaço em campo.

A ênfase na força não está ligada apenas aos 90 minutos, mas serve também para recuperação de lesões. “A gente sabe que os atletas mais fortes tem recuperação melhor (...) podemos diminuir o risco de lesão e até a gravidade delas. O trabalho de força ajuda nisso”, afirma o preparador físico.

Mesmo que o intuito não seja diretamente esse, os atletas acabam mudando bastante de corpo. Vina é um bom exemplo. No Atlético-MG ele apresentava um biotipo mais magro. Em sua conta pessoal no Instagram, Eduardo Ballalai até posta fotos de atletas quando chegaram ao Ceará e como estão hoje. “Tem preparador físico de outros clubes me ligando para saber o que a gente tá fazendo de diferente”, brincou.

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Algumas vezes, porém, é necessário diminuir um pouco as cargas. O trabalho da fisiologia é quem define isso. Uma análise individual é feita a cada partida e os resultados definem que rumo a preparação física tem que tomar.

“No pós jogo tem as análises metabólicas, sanguíneas, questionários que são respondidos sobre cansaço, temos termografia e isso tudo é passado para comissão técnica. E muitas vezes tem que diminuir o volume de treinamento, mas são casos pontuais”, garante.

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