Logo O POVO+
STF libera realização da Copa América no Brasil
Esportes

STF libera realização da Copa América no Brasil

No início da noite de ontem, Corte formou maioria contra o veto à competição, que foi transferida ao País após desistência das sedes originais, Argentina e Colômbia
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Seleção brasileira, de Tite, foi convocada na quarta-feira
 (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Foto: Lucas Figueiredo/CBF Seleção brasileira, de Tite, foi convocada na quarta-feira

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 10, para permitir a realização da Copa América no Brasil. Os ministros Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram contra pedidos para vetar a competição marcada para começar no próximo domingo, em Brasília, com a partida entre a seleção brasileira e a Venezuela.

O debate se dá agora em torno da necessidade ou não de apresentação de um plano ao STF, a ser elaborado pelo Governo Federal, com medidas preventivas para evitar a disseminação do coronavírus durante o evento. A proposta partiu de Lewandowski e foi subscrita por Fachin.

"O Governo Federal tem a obrigação de tornar públicas, com a celeridade que as circunstâncias exigem, considerada, especialmente, a proximidade do início dos jogos da Copa América 2021, as providências que adotou, ou que pretende adotar, para garantir a segurança da população durante o evento e, de modo particular, a dos torcedores, jogadores, técnicos, integrantes das comitivas e profissionais de imprensa que ingressarão no País", diz um trecho do voto de Lewandowski, que é relator de um dos pedidos para vetar o torneio.

O tribunal analisa, ao mesmo tempo, três processos movidos por PT, PSB e Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos contra a realização da competição. Os julgamentos simultâneos estão sendo feitos no plenário virtual — plataforma que permite aos ministros analisarem os processos e incluírem os votos no sistema sem a necessidade de reunião presencial ou por videoconferência.

O requerimento do PT foi enviado a Lewandowski na forma de adendo dentro da ação que obrigou o Governo Federal a apresentar um plano nacional de imunização contra o coronavírus. Já as ações do PSB e da Confederação Nacional de Trabalhadores Metalúrgicos acabaram sendo distribuídas ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, que solicitou a sessão virtual extraordinária para discutir o caso.

Os seis ministros defenderam negar o pedido da associação de classe por questões processuais. Já sobre a ação enviada pelo PSB, a maioria considerou que a decisão sobre a realização do evento cabe aos gestores públicos estaduais e municipais que vão sediar os jogos. Apesar do sinal verde, Cármen Lúcia observou que eles podem ser responsabilizados caso coloquem em risco a saúde da população.

"A promoção de eventos que convidam ou possibilitam a aglomeração, restritos às opções políticas e à condução administrativa de competência do Poder Executivo, é ainda mais gravosa em ambiente de colapso do Sistema Único de Saúde, castigado pela carência de recursos no atendimento hospitalar da fração de pessoas internadas ou à espera de leitos de tratamento intensivo, sem os quais a mortalidade é significativamente maior e terrivelmente sofrida", escreveu.

Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, a maior parte dos ministros não vê problemas na realização da competição, uma vez que os jogadores serão submetidos a testes para diagnosticar infecção por Covid-19 e a disputa não terá público.

Apesar de ser sede, a realização da Copa América sofreu resistência dos próprios jogadores da seleção. Eles lançaram manifesto, no qual criticam a competição e a Conmebol, ainda que reiterem que não desistiriam de vestir a "Amarelinha". Paralelamente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vive crise após o presidente Rogério Caboclo ser acusado de assediar sexual e moralmente funcionária da entidade. Ele está afastado preventivamente.

Técnica Pia Sundhage em treino da seleção brasileira feminina na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro
Técnica Pia Sundhage em treino da seleção brasileira feminina na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro

"É muito sério", afirma Pia Sundhage sobre escândalo de assédio sexual na CBF

A técnica da seleção brasileira feminina, a sueca Pia Sundhage, classificou como "muito sério" a denúncia de assédio sexual e moral envolvendo o presidente da CBF Rogério Caboclo. Uma funcionária da entidade protocolou uma denúncia na última sexta-feira, 4, o que motivou o afastamento do dirigente por 30 dias pelo Conselho de Ética da entidade.

"É muito sério. Eu gostaria de poder explicar isso em sueco, já que inglês não é a minha língua materna, e nesse caso as palavras são muito importantes. Você pode ter sua opinião pessoal, conversamos com as atletas, informamos as atletas, todas têm opinião. E cada uma de nós tem que ter responsabilidade sobre as suas respostas", afirmou a treinadora. As declarações foram dadas em entrevista em San Pedro del Pinar, na Espanha, na véspera do amistoso da seleção contra a Rússia, que será realizado em Cartagena hoje.

Esta foi a primeira entrevista organizada pela CBF nesta semana de preparação para os amistosos. Apenas a técnica participou. As jogadoras da seleção brasileira não se pronunciaram publicamente sobre o caso desde o início dos treinos na Espanha, na terça-feira. A treinadora também mostrou preocupação com a influência do episódio na preparação para a Olimpíada.

"Estamos nos aproximando das Olimpíadas. Fomos um pouco abarrotadas por toda essa situação, e acho que é importante voltarmos o foco para o campo", afirmou a treinadora. Na próxima segunda-feira, a equipe brasileira joga contra o Canadá, também em Cartagena. Esta é a última Data Fifa antes da disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

O que você achou desse conteúdo?