O Fortaleza não conseguiu manter os 100% de aproveitamento na Série A. Tampouco o Atlético-GO. Ontem, em Goiânia, o Tricolor encarou partida difícil e trouxe importante ponto, que o mantém líder do campeonato.
O empate sem gols no estádio Antônio Accioly, que fez a invencibilidade do Leão chegar a 20 jogos, pode ser comemorado também pela maneira como o duelo se desenvolveu. Acostumado a dominar as partidas desde que Vojvoda assumiu o comando técnico, o Tricolor teve menos posse de bola e finalizou menos que o Dragão.
Apesar de a partida ter tido poucas chances reais de gol, a mais clara foi dos donos da casa. Aos 23 minutos do segundo tempo, Janderson recebeu um lançamento pelo alto de João Paulo, dominou, partiu para dentro da área e bateu na saída de Felipe Alves. O goleiro tricolor se jogou na frente da bola e desviou a trajetória dela.
O Leão só teve chance de marcar na primeira etapa, já que não conseguiu concluir nenhuma jogada no segundo tempo. Tinga acertou a trave direita do goleiro Fernando Miguel ao complementar de primeira um cruzamento rasteiro de Romarinho, pela esquerda.
Com exceção desses dois lances, as demais finalizações — apenas 9 em 90 minutos, sendo sete para fora — não levaram real perigo às duas metas. O duelo entre as duas surpresas da Série A até aqui foi muito mais marcado pelas estratégias das duas equipes em anular os pontos fortes do adversário, além de cruzamentos e lançamentos errados.
O Atlético-GO apostava em jogadas pelos lados, com Janderson e Natanael, que se aproximavam o máximo possível da grande área e tentavam cruzamentos rasteiros ou pelo alto. Cabia a Zé Roberto ou João Paulo, que flutuava em frente à grande área, chegar para desviar. Os dois jogadores abertos também arriscavam. Outra estratégia do Dragão eram os lançamentos longos, buscando um jogadores desmarcados, entre um e outro bico da grande área.
A tática tricolor era tentar evitar o “mano a mano” ou superioridade numérica dos atacantes do Atlético-GO para seus defensores. A trinca de zaga estava sempre atuando próxima e os homens de meio-campo desarmavam bastante na intermediária ofensiva do Dragão. No ataque, o Leão teve muita dificuldade de penetrar a defesa invicta do time goiano em três rodadas. Em todo o jogo, o Tricolor só conseguiu finalizar três vezes.
Por pouco o Fortaleza não teve um pênalti a seu favor. Logo no início do segundo tempo, Romarinho disputou bola na grande área e foi derrubado. O árbitro marcou infração, mas o assistente assinalou impedimento do atacante do Leão.
Foi a primeira vez que o Tricolor experimentou condição de domínio adversário com Vojvoda, muita embora o Atlético-GO não tenha sobrado. Na maioria da partida, o equilíbrio prevaleceu, mas nitidamente o Rubro-Negro esteve mais à vontade em campo. Foi possível ver o técnico argentino mais irritado à borda do gramado, mas, em campo, o time se mostrou calmo e concentrado o tempo inteiro.
Atlético-GO
4-3-3: Fernando Miguel; Dudu, Nathan, Oliveira e Igor Carius (Arthur Gomes); William Maranhão, Marlon Freitas e João Paulo; Janderson (André Luis), Natanael e Zé Roberto (Lucão). Téc: Eduardo Barroca
Fortaleza
3-5-2: Felipe Alves; Tinga, Benevenuto, Titi; Pikachu, Ederson, Felipe, Matheus Vargas, Carlinhos (L. Henrique); Romarinho (Robson), Wellington Paulista (David). Téc: Juan Pablo Vojvoda
Local: Estádio Antônio Accioly, em Goiânia-GO
Data: 17/6/2021
Árbitro: Douglas Schwengber da Silva-RS
Assistentes: Leirson Peng Martins-RS e Lúcio Flor-RS
VAR: Jean Pierre Gonçalves Lima-RS
Cartões amarelos: Natanael, Igor Cariús, William Maranhão (ATG) Felipe (FOR)
Renda e público: Jogo de portões fechados em decorrência da pandemia do novo coronavírus.