O gosto do empate em 1 a 1 foi amargo para o Ceará. Em duelo válido pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro contra o São Paulo, o Alvinegro marcou o primeiro gol cedo, com Jorginho, sofreu poucos riscos na defesa no primeiro tempo. Mas, após vacilo da defesa, sofreu o empate em uma das raras chegadas com perigo do Tricolor durante toda partida. O resultado estaciona o Vovô na 12ª colocação, com nove pontos.
O amargor do resultado se dá por conta do amplo domínio que o time imprimiu no segundo tempo, que gerou total de 13 finalizações no jogo, mais do que o dobro da quantidade criada pelo São Paulo. Notável observar as duas posturas distintas do Ceará na partida: uma retranca montada contra um time de pouco repertório que foi o Tricolor do Morumbi e a atitude ofensiva e envolvente — mas sem correr riscos — após sofrer o empate.
O primeiro tempo do Alvinegro foi seguindo a cartilha que notabiliza o trabalho de Guto Ferreira no Ceará. O time fez um gol no início da partida, aos 22 minutos, após sequência de defesas de Volpi em chutes de Saulo Mineiro, em duas finalizações cara a cara, e uma de Marlon, de fora da área, que gerou rebote, aproveitado pelo camisa 16 do Alvinegro, que só empurrou para o fundo das redes.
Depois da abertura do placar, o Vovô montou retranca e só saía da defesa em alguns contra-ataques em velocidade, sem gerar maiores perigos. A postura segurou o ímpeto de um pouco criativo São Paulo, que amarga má fase após o título do Campeonato Paulista. Com dificuldade na criação, o time tem o pior início de campeonato nacional na história do clube e está na zona de rebaixamento.
Ao fim do primeiro tempo, o São Paulo tinha 58% de posse de bola, mas sem levar o menor perigo ao gol defendido por Richard. O quadro mudou no início do segundo tempo. O Tricolor voltou mais arisco, trocando passes mais rápidos, que envolviam a defesa do Ceará. Tanto que aos seis minutos o time visitante conseguiu o empate após o atacante Éder ganhar dividida com Messias e finalizar na entrada da pequena área. O chute não foi tão forte, mas o goleiro deu rebote, que tocou em Gabriel Dias e foi para dentro do gol.
No duelo dos técnicos, Guto Ferreira levou a melhor sobre Juan Branda — auxiliar de Hernán Crespo, que ficou fora da partida por Covid-19. O "Gordiola" fez três modificações de cara, tirando Gabriel Dias, Lima e Marlon, para dar lugar a Buiú, Vina e Charles. Em resposta, o argentino tirou Rodrigo Nestor e Éder, jogador com melhor desempenho por parte dos visitantes. Benítez e Rigoni entraram e pouco contribuíram.
No lado do Ceará, no entanto, as alterações surtiram efeito e o jogo logo mudou de cara. O Vovô resolveu jogar ofensivamente, com ultrapassagens em velocidade de Buiú, Vina aparecendo para tabelas e Charles dando uma nova dinâmica no meio-campo, com passes mais precisos e velocidade.
O Ceará tinha mais volume de jogo e finalizou mais. A chance mais perigosa veio aos 43 minutos, Mendoza desperdiçou. Após troca de passes que envolveu a defesa do São Paulo, o camisa 10 recebeu livre na marca do pênalti, mas finalizou por cima do gol.
O próximo compromisso do Ceará será fora de casa, contra o líder do Brasileirão, o RB Bragantino-SP, na quinta-feira, 1º, às 16 horas. Já o São Paulo enfrenta o Corinthians, fora de casa, na quarta-feira, 30, às 21h30.
Ceará
4-2-3-1: Richard; Gabriel Dias (Buiú), Messias, Gabriel Lacerda e Bruno Pacheco; Marlon (Charles) e Sobral; Lima (Vina), Jorginho (Kelvin) e Mendoza; Saulo Mineiro (Jael). Tec: Guto Ferreira
São Paulo
3-5-2: Tiago Volpi; Diego Costa, Bruno Alves e Reinaldo; Daniel Alves, Rodrigo Nestor (Rigoni), Liziero, Igor Gomes (Luan) e Welington; V. Bueno (Pablo) e Éder (Benitez). Tec: Juan Branda
Data: 27/6/2021
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
Auxiliares: Guilherme Dias Camilo (MG) e Felipe Alan Costa de Oliveira (MG)
VAR: Celso Luiz da Silva (MG)
Gols: 22 MIN/1ºT - Jorginho; 6 MIN/2ºT - Éder
Cartões amarelos: Jorginho, Saulo Mineiro e Gabriel Lacerda (CEA). Reinaldo, Hernanes, Bruno Alves, Benitez e Welington (SPFC).
Público e renda: Jogo de portões fechados por conta da pandemia de Covid-19.
