Destaque do Maranguape no Campeonato Cearense de 2015, o jovem Luís Antônio Ferreira Rodrigues despertou atenção de outras equipes — inclusive do Ceará — e optou por defender o Fortaleza. O início da trajetória no Pici foi de poucas chances e com momentos de turbulência, mas Felipe — apelido dado pela tia — viveu metamorfose, transformou-se em ídolo e pode deixar o clube após seis anos para encaminhar a independência financeira no abastado mundo árabe.
Titular absoluto e peça-chave no meio-campo, o camisa 15 recebeu proposta para defender o Al Fayha, da Arábia Saudita, por empréstimo até o final da temporada local (metade de 2022) pelo valor de 250 mil dólares (cerca de R$ 1,3 milhão na cotação atual). A oferta estabelece ainda opção de compra por R$ 1,2 milhão de dólares (R$ 6,3 milhões), apurou O POVO. No total, portanto, a operação geraria R$ 7,6 milhões para os cofres do Tricolor. A janela de transferências do país segue aberta até 18 de setembro.
A decisão está nas mãos do jogador, que avalia os fatores envolvidos junto ao estafe e se mostra inclinado a rumar para o exterior aos 27 anos. No acordo com duração até o final de 2023, firmado entre as partes nas últimas semanas e anunciado no último dia 8, o Leão se compromete a liberar o volante em caso de interesse de clubes do mercado internacional. Os dirigentes ponderam o prejuízo técnico em caso de saída, mas prometem respeitar a definição e seguir o combinado.
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Para chegar a este patamar, porém, Felipe precisou superar adversidades e mostrar seu valor repetidas vezes. Sem espaço na primeira temporada pelo Fortaleza, o maranguapense apareceu como lateral-direito em 2016 e chegou a fazer gol diante do Flamengo-RJ, pela Copa do Brasil. Migrou para o meio-campo posteriormente e não saiu mais da equipe desde então.
Na virada do ano, declarou que pretendia ter bom desempenho com a camisa tricolor para seguir outro destino. A entrevista deixou a torcida na bronca e gerou vaias em alguns jogos, além de críticas sistemáticas. De perfil introspectivo, o volante se esquivou dos microfones e passou a responder em campo. Independentemente do comandante, seguia como ponto de equilíbrio na meia-cancha.
Em 2018 e 2019, viveu o auge nas mãos de Rogério Ceni. Mais recuado, qualificou a saída de bola, ditava a dinâmica das ações e até usou o potente chute de fora da área para balançar as redes algumas vezes. As taças conquistadas com papel de destaque representaram uma mudança de status, com maior valorização e aceitação — ganhou o apelido de "maestro" nas redes sociais. Sofreu com oscilações na última temporada, mas recuperou o bom futebol em 2021 e forma elogiada dupla com Éderson no time de Vojvoda.
Há cerca de duas semanas, o Leão celebrou a renovação de Felipe por mais dois anos com um vídeo nas redes sociais e com o patamar de "um dos principais jogadores da história do clube". Após 239 jogos disputados e oito taças comemoradas, o próximo destino pode ser a cidade de Al Majma'ah, sede do clube laranja e azul que pretende levá-lo.